Tuesday, August 30, 2011

Violência

A violência está nas ruas
Nas escolas e sobrados
Nas praças e restaurantes
Dentro dos lares
Dizem são culpados
Cinema televisão pobreza
Mas será?
Não seriam mais culpados os pais omissos
A força das drogas
A cultura da impunidade?

"Você já deu um sorriso hoje?Ou ainda está com fazendo cara de guarda-chuva amassado?"

Tuesday, August 16, 2011

Trânsito

Não bastam os quebrados
Não bastam os mortos
Do trânsito absurdo
Também nos dá a impressão
Que se multiplicam
Todos os dias
Os tolos e estúpidos
Que dirigem motocicletas e automóveis.

"Poesia é amor e vida.Sendo assim precisa também falar de justiça."

Banalizaram a vida

Ninguém resiste a tamanha dor
Chora pai
Chora mãe
Chora irmão
Choram os colegas e amigos
Ela se foi tão jovem
E se foi para sempre
Mas o maldito pagou fiança
E já passeia livre para embriagar-se novamente
Pobre país de leis frouxas
Que afagam assassinos
E que não confortam
Os amados que sofrem.

Saturday, August 13, 2011

Baú

Chovia lá fora
Não podendo sair e perambular
Resolvi abrir um velho baú da família
Achei o máximo
Pois não é que saltaram sobre mim
Um monte de saudades?

Miniconto- A HERANÇA

Naquela tarde na charneca dos Madeiras o vento soprava gelado. João Paulo caminhava lentamente, arrastando os pés como que varrendo o chão e levantando muita poeira. Quase desfalecido sentia na boca o gosto ruim do sangue que vomitava. “Maldita herança, que trouxe desgraça, que dividiu corações dantes amigos”- disse baixinho para si mesmo. O peito crivado de balas, os órgãos internos arrebentados. João Paulo olhou para o alto e pensou em gritar toda sua indignação, pedir socorro, mas tombou seu corpo num pedacinho daquelas terras da discórdia. Formigas penetraram em sua boca,moscas fizeram o primeiro reconhecimento.A herança do velho Madeira seria apenas dividida por dois.

Miniconto- TEMPESTADE

O céu ficou escuro e senti uma sensação de pânico. As nuvens ruidosas pareciam cair sobre as casas. Ventos enfurecidos revoltavam as melenas cobertas de poeira e faziam arder os olhos. Pequenos galhos e folhas já corriam pelas ruas sem lugar para ficar. Placas publicitárias de pernas de fortes voavam como penas.As gentes fechavam suas casas, cães e gatos eram recolhidos para lugares abrigados.Apressei o passo para chegar logo em casa e fugir das nuvens ameaçadoras.Algumas lesmas pegavam carona em pneus de bicicleta enquanto outras eram rápidas em seus patinetes.Entrei em casa a tempo de observar pela janela o mandatário- mor da cidade passar voando em sua cadeira de trabalho.A secretária sentada em seu colo fazia anotações e ajeitava os cabelos negros.

Friday, August 05, 2011

Vida moderna

Parei na esquina para observar o povo
Ninguém mais caminha
Todos correm em debandada
É pressa
É loucura
A comida é engolida
A vaga é procurada
A mocinha do cartão não aparece
O nervosismo é evidente
E assim não há saúde que aguente
É azia
É úlcera
É hipertensão
E dá-lhe sal de frutas!

"Não é que ninguém se importa com você.Talvez seja você que esteja se escondendo e fugindo de todos."

"E aí?Vai esperar morrer pra correr atrás dos teus sonhos?"

Thursday, August 04, 2011

Casa de Pedra

Queria estar agora numa casa de pedra nas montanhas
Ouvindo o vento bater lá fora
Admirando com alegria nos olhos
O vale que repousa lá embaixo
Tendo na companhia  livros
E alguns filmes
E também meu cão querido
Que felizmente não faz perguntas.

Tuesday, August 02, 2011

Depressão

A noite/tardia e encharcada/Era Nova York em julho.
Em meu quarto,escondida,/eu odiava a necessidade de engolir.
Elizabeth Prince