Na minha rua há uma casa que chamamos de ‘CASA ESCURA’. Moram lá quatro seres, pais e filhos, que não gostam de luz. Não são maus, apenas tolos que vivem lambendo um tal de Senhor, que por sinal ninguém nunca viu. Faça inverno ou verão pouco se abrem as janelas e portas, e raras visitas só de alguns abençoados que também devem conhecer o tal de Senhor. Possuem da vida uma visão diminuta, mal enxergam a ponta do próprio nariz. São como morcegos vivendo na escuridão, respirando um ar cheio de bactérias, com medo da vida, não querendo conviver com os seres de diferentes tipos de fé. São isto sim adeptos do coitadismo explícito. Para eles os vizinhos não existem, Não há cumprimentos que a boa educação confere, existe sim fuga, luzes apagadas e silêncio, salvo se o visitante de momento trouxer nas mãos alguma doação. Os moradores da CASA ESCURA são os primeiros morcegos cristãos que conheço.
Sunday, August 25, 2013
Thursday, August 15, 2013
QUEM SABE SETENTA?
QUEM SABE SETENTA?
A carne não
é boa coisa
O sal nos
mata
O açúcar
nos mata
O ar está
impuro
A água
contaminada
Não sei
como ainda estou vivo
Descontado
todo exagero
Não
viverei para sempre
Deixe-me
viver setenta
Tendo alguns
momentos de prazer.
Wednesday, August 14, 2013
COIOTES URBANOS
COIOTES URBANOS
Quando o sol se põe
E antes mesmo da lua
Iluminar nossas ruas
Os pavorosos desentocam
Se aproveitando da escuridão
Espreitam suas presas
Os coiotes urbanos
De olhos esbugalhados
Corpos trêmulos
São galhos secos enlouquecidos pelo vício.
Tuesday, August 13, 2013
DESESPERO
Na noite
do desespero
A escuridão
está só
Não há lua
Não há
estrelas
Apenas
existe a dor
Que como
ondas em mar bravio
Ressurge mais forte para afogar de vez o meu coração.Friday, August 09, 2013
FIM
FIM
A morte
O fim de
tudo
O sono dos
sonos
A paz
eterna
A estaca
do éter
No coração
do egoísmo.
Monday, August 05, 2013
NOSSA VIDA
Num dia
chovem rosas
Noutro
cadáveres
O bem e o
mal são finitos
Para nossa
alegria ou tristeza
Depende
apenas do momento que vivemos.
Thursday, August 01, 2013
O SUICIDA NO PENHASCO
Guilherme estava sentado na beira do penhasco pronto para se jogar. Os últimos dias não tinham sido fáceis para ele. A noiva o deixara no altar, havia perdido o emprego e um grande amigo dera um golpe nas suas economias. Olhando para o abismo parecia que uma voz melodiosa o chamava à paz. Mas pensando nas coisas boas que já vivera e na sua juventude resolveu desistir do infeliz intento após algumas horas ali. Decidido, ficou de pé pronto para voltar para casa. Iria se recuperar de tudo e a vida seguiria seu curso com risos e lágrimas. Era para ser assim... Mas nisso surgiu um touro bravo nas suas costas e numa chifrada certeira o jogou nos braços da morte. Só deu tempo para dizer ai!
Justo naquele dia tinha ele que estar usando uma camisa vermelha.
Justo naquele dia tinha ele que estar usando uma camisa vermelha.
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