Monday, February 20, 2012

Poeminha

CORRIDA
Corra
Corra menino
Corra menino na busca do saber
Senão restará para você
Ser apenas mais um zero
No mundo dos nadas.

Friday, February 10, 2012

Poeminha- Gaiola

GAIOLA

Gaiola não é hotel.
Por mais que o serviço seja bom, falta o principal:
A liberdade só conseguida nos céus.
Homens, abram as portinholas e consintam aos pássaros
O direito de viver sem limites.

Thursday, February 09, 2012

Miniconto- Intranquilo

INTRANQUILO
Ele saiu de casa naquela tarde completamente intranquilo, estando seu cérebro em chamas. Repetia para si: “hoje eu mato alguém, hoje eu mato alguém.” Deixou o automóvel na garagem e seguiu caminhando em direção à cidade. Na cabeça usava um boné branco e na mão direita um revólver calibre 38, carregado com cinco projéteis. No caminho cumprimentou bodes e galinhas, patos não havia. Duas centenas de metros antes da cidade ele empacou. Sentou-se numa pedra e ficou por alguns minutos pensativo, até mesmo sem cuspir. Então deu um grito pavoroso  que acordou os japoneses, esbugalhou os olhos e atirou na própria cabeça. Em casa, sua mulher sentiu o coração palpitar quando viu os comprimidos do marido doente jogados no lixo.

POEMINHA- CERTEZA

CERTEZA
A vida corre
A morte nos espera
Somos ínfimas partículas
Filhas longínquas da grande explosão
Então mesmo sabendo
O que nos aguarda no fim
Vivemos com pressa
Como se a morte
Fedorenta e fria
Não fosse nos esperar.

POEMINHA- LOUCURA

LOUCURA

Vivemos dentro sociedade uma tempestade de
Drogas
Pressa
Trânsito maluco
Desamor
Interesses
Crueldade
Corrupção
Desconfiança
Stress
Depressão
O melhor a fazer é desligar o motor do mundo
E criar o seu próprio modo de viver.

POEMINHA- RECADO


RECADO
Querida,
receba o meu coração através desta andorinha.
Vai embrulhado em papel pardo.
Faça dele o que quiser,
pois morto já estou.
PS: Morri de saudade.

POEMINHA- O CIRCO


O CIRCO

Era um circo pobrezinho,
De parcos recursos e lonas rasgadas.
Não tinha animais em jaulas, nem mesmo um velho leão.
Sobrevivia de espetáculos de lutas e palhaçadas,
Mas era um circo alegre.
Porém um dia o circo pobre
Além de pobre ficou triste:
Seu artista principal foi morto num bordel.
Meus olhinhos de criança
Viram quando saiu o cortejo,
Acompanhado por dois palhaços
E nenhuma multidão.