Thursday, September 22, 2011

Remorsos

Quando lembro que cometi maldades
O remorso me apunhala
Mas não posso parar para lamentar
O mal foi feito e não há volta
Posso sim fazer o bem em dobro
Pra sentir a dor sossegar um pouco.

Incógnita

Até quando viverei?
O nosso tempo de vida é uma incógnita
Sendo assim nada resta senão amar muito.


Avarento

O avarento constrói seu castelo
Para se esconder do mundo
Passa dia e noite
Só pensando na fortuna que aumenta
E quanto mais cresce sua riqueza
Na mesma proporção ele fica mais só
Os parentes alhures anseiam por sua morte
Antes que o dinheiro fique mofado.



Desencanto

Ando sempre buscando novas motivações
Subtraindo alguns desejos
Buscando novas fontes de alegria
Pois muitas de outrora
Perderam sua graça
Não há mais encanto
Perdeu o brilho e o romantismo
O esporte das multidões.

Monday, September 05, 2011

Miniconto- A Cirurgia

Depois da cirurgia cerebral ele se encontra deitado na cama de ferro, imóvel sobre alvos lençóis. De hora em hora uma enfermeira vem para ver como ele se encontra.Observa sua pressão e sai.Na parede ,solitário, um quadro da Santa Ceia faz companhia ao homem que dorme sedado.Sobre o criado mudo não há nada,nem mesmo um copo ou uma revista qualquer.O soro desce em lentas gotas e o rosto do enfermo aos poucos ganha cor.Lá fora, entre nuvens, aparecem pedaços do azul do céu.No canto esquerdo do quatro está largado um pequeno sofá marrom,que aguarda para acolher uma visita qualquer.Já faz quatro horas que a operação foi realizada; o homem abre os olhos e se mexe um pouco.A enfermeira chega,ele pede- “Onde estou?”Ela fazendo um olhar de mãe diz que ele está no Hospital Samaritano,sofreu uma cirurgia para extirpar um pequeno tumor no cérebro e que correu tudo bem.-“Tudo bem,nada,diz ele.Sou encanador,vim até aqui apenas para consertar um vazamento,resvalei e acabei caindo no banheiro.Nunca tive tumor algum,salvo minha mulher.E agora me acontece isso?”