Entre tantas tarefas
tão urgentes
esqueci que
também preciso morrer
leviano
descuidei dessa obrigação
ou só a cumpri
negligentemente
a partir de amanhã
tudo muda
começo a morrer com cuidado
com sapiência otimismo
sem perda de tempo.
Tadeusz Rózewicz-Tradução Marcelo Paiva de Souza
Sunday, December 26, 2010
"Morrer de amor é se acabar em lágrimas de tanta saudade."
Tuesday, December 21, 2010
Calor
O calor faz suar rios que deslizam pelo corpo quente.
Não há vento,não há fria água que acalme
O sangue que ferve.
Pedras de gelo morrem em poucos minutos.
Os abanos manuais não fazem diferença,é o inferno na terra.
Quando o sufoco já é demais,a energia retorna
E com ela religa-se o climatizador.
Que invenção divina!
Não há vento,não há fria água que acalme
O sangue que ferve.
Pedras de gelo morrem em poucos minutos.
Os abanos manuais não fazem diferença,é o inferno na terra.
Quando o sufoco já é demais,a energia retorna
E com ela religa-se o climatizador.
Que invenção divina!
Mário Quintana- Ah!Os relógios
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
Fernando Sabino-Frases
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um."
"Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor."
"O DURO OFÍCIO DE ESCRITOR
“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um."
"Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor."
"O DURO OFÍCIO DE ESCRITOR
“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
Saturday, December 18, 2010
Relançamento do livro Os três mosqueteiros
RIO - Quase todo mundo já ouviu falar dos Três Mosqueteiros: eles eram quatro, usavam capa e espada, lutavam pelo rei da França e seu lema, de um romantismo a toda prova, era o (ainda) popular "um por todos, todos por um". Já o número de pessoas que de fato leram a história original de Alexandre Dumas (1802-1870) é bem menor. O escritor, tradutor e crítico literário Rodrigo Lacerda está entre esses leitores: conheceu Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan aos 12 anos numa edição de banca da Editora Abril, de capa vermelha, publicada nos anos 70. Hoje, aos 41 anos e pai de uma adolescente de 15, percebe um certo desconhecimento entre os jovens acerca dos clássicos juvenis. Daí seu orgulho indisfarçável com o lançamento da edição ilustrada de "Os três mosqueteiros" (688 páginas, R$ 69), com apresentação, tradução e notas assinadas por ele e por André Telles, e que é uma das principais apostas da editora Zahar para este Natal.
- Algumas histórias são tão difundidas que transcendem a categoria da literatura. É o caso de clássicos como os "Mosqueteiros", "Moby Dick", "O médico e o monstro": você não precisa ter lido para saber do que se trata. Eles fazem parte do imaginário coletivo, passam a integrar a língua, a cultura, viram mitos culturais - diz Lacerda. - Porém, ler esses livros também é importante. E notei que eles deram uma sumida das livrarias, em algum momento dos anos 90.
O Globo
- Algumas histórias são tão difundidas que transcendem a categoria da literatura. É o caso de clássicos como os "Mosqueteiros", "Moby Dick", "O médico e o monstro": você não precisa ter lido para saber do que se trata. Eles fazem parte do imaginário coletivo, passam a integrar a língua, a cultura, viram mitos culturais - diz Lacerda. - Porém, ler esses livros também é importante. E notei que eles deram uma sumida das livrarias, em algum momento dos anos 90.
O Globo
Thursday, December 16, 2010
Você sabe o que é clepsidra?
A clepsidra ou relógio de água foi um dos primeiros sistemas criados pelo homem para medir o tempo. Trata-se de um dispositivo movido a água, que funciona por gravidade, no mesmo princípio da ampulheta (de areia).
Poesia Polonesa- Ao rio
Ao Rio
Ó rio-clepsidra de água metáfora da eternidade
entro em ti cada vez tão diferente
que poderia ser nuvem peixe ou rocha
e tu és imutável como o relógio que marca
as metamorfoses do corpo e as quedas do espírito
a lenta decomposição dos tecidos e do amor
eu nascido do barro
quero ser teu aluno
e conhecer a fonte o coração olímpico
ó tocha fresca coluna cantante
rochedo da minha fé e do desespero
ensina-me ó rio a ser teimoso e persistente
para que mereça na última hora
repouso na sombra do delta imenso
no sagrado triângulo do princípio e do fim.
Tradução de Ana Cristina César e Grazyna Drabik
Ó rio-clepsidra de água metáfora da eternidade
entro em ti cada vez tão diferente
que poderia ser nuvem peixe ou rocha
e tu és imutável como o relógio que marca
as metamorfoses do corpo e as quedas do espírito
a lenta decomposição dos tecidos e do amor
eu nascido do barro
quero ser teu aluno
e conhecer a fonte o coração olímpico
ó tocha fresca coluna cantante
rochedo da minha fé e do desespero
ensina-me ó rio a ser teimoso e persistente
para que mereça na última hora
repouso na sombra do delta imenso
no sagrado triângulo do princípio e do fim.
Tradução de Ana Cristina César e Grazyna Drabik
O autor mais vendido na Europa em 2010- Stieg Larsson
Stieg Larsson (Skelleftehamn, Suécia, 15 de agosto de 1954 - 9 de novembro de 2004) foi um jornalista e escritor sueco.
Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenômeno mundial em que a sua obra se tornou.
Em 2008, ele foi o segundo autor mais vendido no mundo, atrás do autor Afegão-Americano Khaled Hosseini.[1]
WIKI
Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenômeno mundial em que a sua obra se tornou.
Em 2008, ele foi o segundo autor mais vendido no mundo, atrás do autor Afegão-Americano Khaled Hosseini.[1]
WIKI
Os livros mais vendidos na Europa em 2010
Livros de Stieg Larsson mais vendidos na Europa em 2010
Os livros da Trilogia Millennium («Os Homens que Odeiam As Mulheres», «A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina» e «Um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar»), de Stieg Larsson e editados em Portugal pela Oceanos, foram os que mais venderam na Europa em 2010, assegura o site www.bookseller.com.
O site levantou os números dos livros mais vendidos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia e chegou a conclusão de que as três obras de Stieg Larsson, que não usufruiu do seu êxito já que faleceu pouco depois de os entregar à sua editora sueca, superaram o norte-americano Dan Brown, que ficou na segunda posição. A lista conta ainda com nomesm como Ken Follet, Stephenie Meyer e Tatiana de Rosnay.
De referir que a Oceanos acabou de disponibilizar os livros da trilogia numa só caixa.
Fonte-Diário Digital
Os livros da Trilogia Millennium («Os Homens que Odeiam As Mulheres», «A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina» e «Um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar»), de Stieg Larsson e editados em Portugal pela Oceanos, foram os que mais venderam na Europa em 2010, assegura o site www.bookseller.com.
O site levantou os números dos livros mais vendidos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia e chegou a conclusão de que as três obras de Stieg Larsson, que não usufruiu do seu êxito já que faleceu pouco depois de os entregar à sua editora sueca, superaram o norte-americano Dan Brown, que ficou na segunda posição. A lista conta ainda com nomesm como Ken Follet, Stephenie Meyer e Tatiana de Rosnay.
De referir que a Oceanos acabou de disponibilizar os livros da trilogia numa só caixa.
Fonte-Diário Digital
Tuesday, December 14, 2010
Poesia Sérvia - Águas de Fada
Aqui a cidade deposita
os seus corpos cheios de sujeira,cestos,sacos pretos
Aqui os girassóis de cada ano
esmagam-se num óleo ruivo qualquer
Aqui eu também leproso
filho de ninguém irmão de ninguém
da terra de ninguém coluna negra
nasci pela segunda vez
Aqui atrás de mim
feito incontáveis mães
saltitam corvos
Aqui crescerei
com uma grande cruz sobre a cabeça
Aqui encontrarei a minha amada
beldade de cabelos de arame e vidro
Aqui o cordeiro vagueia.
Nóvitsa Taditch
os seus corpos cheios de sujeira,cestos,sacos pretos
Aqui os girassóis de cada ano
esmagam-se num óleo ruivo qualquer
Aqui eu também leproso
filho de ninguém irmão de ninguém
da terra de ninguém coluna negra
nasci pela segunda vez
Aqui atrás de mim
feito incontáveis mães
saltitam corvos
Aqui crescerei
com uma grande cruz sobre a cabeça
Aqui encontrarei a minha amada
beldade de cabelos de arame e vidro
Aqui o cordeiro vagueia.
Nóvitsa Taditch
Monday, December 13, 2010
Você já leu?- Criação,de Gore Vidal
Reconstrução uma das épocas mais turbulentas e fascinantes da história da humanidade, o século V a.C., período em que se conceberam idéias filosóficas, sociais e políticas que mudaram o curso do mundo antigo. O protagonista de 'Criação' é Ciro, neto do profeta Zoroastro, que viaja como embaixador para além das fronteiras da Pérsia à procura de riqueza e, sobretudo, de respostas às perguntas acerca da criação e da origem do mundo. Autor: VIDAL, GORE Tradutor: GOLDMAN, NEWTON Editora: NOVA FRONTEIRA- Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA |
Opinião do Leitor: Carlos Roberto Streppel / Data: 18/1/2007 Conceito do leitor: | (opine) Vigoroso O texto vigoroso e firme de Gore Vidal é cativante e envolvente. A partir de uma visão não convencional, isto é, a partir do ponto de vista greco-romano, Gore Vidal nos envolve com a vida política e econômica da Ásia pré- Alexandre e pré-Sócrates, mostrando-nos uma outra realidade, que nós, ocidentais, não estamos muito acostumados a partilhar. Viajamos então ao Oriente, à India e seus costumes, à China e sua política estatal, tudo isto num período muito antigo, de mais de 2.500 anos atrás. É fascinante mergulhar neste período, e eprceber que, de uma forma ou de outra somos devedores em muitas coisas, à maneira daquelas pessoas viver, pensar e crer. Um grande lvro, na linguagem, na história e também no tamanho, escrito quando o autor encontrava-se no auge de sua criatividade, na opinião de Cony. Recomendo a leitura do livro para que nós possamos nos presentear com o privilégio, diria assim, de partilhar do dia-a-dia de pessoas que viveram numa época bem distante de nós, mas que, de certa forma, nos ajudaram a ser o que somos hoje, porque, de certa maneira, vivemos, pensamos, trabalhamos e cremos da forma como aquelas pessoas viveram. |
Saiu na Imprensa: / Data: 18/1/2007 CRIAÇAO Veja mais |
Sobre o autor: VIDAL, GORE Gore Vidal is the author of twenty-two novels, five plays, many screenplays and short stories, more than two hundred essays, and a memoir. Two of his American empire novels, Lincoln and 1876, were the subject of cover stories in Time and Newsweek, respectively. In 1993, a collection of his criticism, United States: Essays 1952-1992, won the National Book Award. He received an award from the Cannes Film Festival for best screenplay for The Best Man. |
Dores dezembrinas
Uma dor que não é física me aperta o peito no décimo segundo mês do ano.
Um sentimento que não toma forma me assombra dias e noites.
Se eu ainda soubesse o motivo desta dor
Poderia quem sabe buscar ajuda e consolo em algum lugar.
Mas ela me aflige, dá uma tristeza sem trégua e o remédio para ela eu não tenho
Pois veio assim do nada e comigo ficou.
Quem sabe ela irá embora quando dezembro passar?
Um sentimento que não toma forma me assombra dias e noites.
Se eu ainda soubesse o motivo desta dor
Poderia quem sabe buscar ajuda e consolo em algum lugar.
Mas ela me aflige, dá uma tristeza sem trégua e o remédio para ela eu não tenho
Pois veio assim do nada e comigo ficou.
Quem sabe ela irá embora quando dezembro passar?
Saturday, December 11, 2010
Li,gostei e recomendo- Eu, Malika Oufkir, Prisioneira Do Rei
Jamais li nada parecido em matéria de crueldade contra inocentes.
Fonte- Livraria Cultura
Best-seller na Europa, esta é a história de Malika Oufkir. Filha de um general marroquino, aos cinco anos ela foi adotada pelo rei Mohammed V e criada como uma princesa. Um dia, porém, seu verdadeiro pai foi acusado de tramar um golpe de Estado e a desgraça caiu sobre a família Oufkir. Sua mãe e seis de seus irmãos foram aprisionados, o que deu início ao que Malika e a jornalista francesa Michèle Fitoussi descrevem no livro como uma fuga desesperada para a vida. |
Friday, December 10, 2010
Você já leu? - O Vermelho e o Negro - Sthendal
O VERMELHO E O NEGRO - Resumo estendido
M. de Rênal, o prefeito da cidadezinha provinciana de Verrières, contrata JULIEN SOREL para ser o tutor de seus filhos. JULIEN é apenas o filho de um carpinteiro mas sonha seguir os passos de seu herói, Napoleão.
Todavia, nesta época, os homens ganham o poder é na igreja (o negro), e não mais no exército (o vermelho).
Mesmo que esteja treinando para sacerdote, JULIEN decide seduzir a mulher do prefeito, Mme. de Rênal, porque pensa ser o seu dever. Eles se tornam amantes, porém, M. Valenod, o adversário político do prefeito, descobre o caso e começa a espalhar rumores.
M. de Rênal sente-se profundamente embaraçado, mas sua mulher o convence que os rumores são falsos. M. Chélan, o padre da cidade e mentor de JULIEN, o envia ao seminário de Besançon para evitar quaisquer escândalos posteriores.
O diretor do seminário, M. Pirard, gosta de JULIEN e o encoraja a se tornar um grande sacerdote. JULIEN se dá bem no seminário mas somente porque quer fazer fortuna e obter êxito na sociedade francesa. Os outros padres do seminário não percebem a hipocrisia de JULIEN, mas sentem ciúme de sua inteligência. M. Pirard está desgostoso com a política da Igreja e renuncia.
O seu benfeitor aristocrático, o Marquês de la Mole, quer que Pirard seja o seu secretário pessoal em Paris, mas M. Pirard diz-lhe que contrate JULIEN em seu lugar.
JULIEN sente-se repelido e interessado pela sociedade parisiense simultaneamente. Ele tenta se ajustar entre os nobres mas estes o tratam como inferior socialmente. Porém, a filha do Marquês, Mathilde, apaixona-se por JULIEN e eles se tornam amantes. Quando Mathilde engravida e conta a o Marquês acerca do seu caso, este fica furioso, mas logo enobrece JULIEN para que Mathilde o possa desposar. JULIEN, finalmente, tem o título aristocrático que sempre quisera para assegurar seu futuro.
Mas, Mme. de Rênal, sentindo-se culpada por essa aliança ímpia, manda ao Marquês uma carta denunciando JULIEN como mulherengo interessado apenas em fazer sua própria fortuna. Então, o Marquês se recusa a deixar sua filha casar com JULIEN, o qual retorna a Verrières, furioso, onde tenta matar Mme. De Rênal; é preso, sentenciado à morte, e morre dando-se conta que seu amor era de Rênal. Esta, logo após a morte de JULIEN na guilhotina, morre com o coração partido.
Fonte: Recanto das Letras
Poesia argentina- A Chuva
Tradução: Renato Suttana
A tarde bruscamente se aclarou,
porque já cai a chuva minuciosa.
Cai e caiu. A chuva é só uma coisa
que o passado por certo freqüentou.
Quem a escuta cair já recobrou
o tempo em que a fortuna venturosa
uma flor lhe mostrou chamada rosa
e a cor bizarra do que cor tomou.
Esta chuva que treme sobre os vidros
alegrará nuns arrabaldes idos
as negras uvas de uma parra em horto
que não existe mais. A umedecida
tarde me traz a voz, a voz querida
de meu pai que retorna e não é morto.
JORGE LUIS BORGES (1899-1986) - Argentino, um dos mais prestigiosos escritores da América hispânica. Antes conhecido por suas ficções do que pela poesia, embora se incluam neste gênero seus primeiros livros: Fervor de Buenos Aires, Luna de Enfrente, Cuaderno San Martín. O poema traduzido pertence a El Otro, el Mismo.
(Extraído do JIRAU DIVERSO, blog de Enzo Carlo Barroco)
Wednesday, December 08, 2010
Trecho de Por que os Homens Amam as Mulheres Poderosas?, de Sherry Argov
- DE CAPACHO A MULHER DOS SONHOS CONHEÇA SEU PRÓPRIO VALOR E ELE A VALORIZARÁ
"Sex appeal é 50% o que você tem e 50% o que as pessoas acham que você tem."
SOPHIA LOREN
SOPHIA LOREN
DEIXE-ME APRESENTÁ-LA À MULHER BOAZINHA
Todas nós conhecemos uma mulher boazinha. É aquela que se entrega por completo a um homem que mal conhece, sem que ele tenha que investir muito. É a mulher que se dá cegamente porque anseia receber de volta a mesma atenção. É a mulher que age de acordo com o que ela acha que o homem gosta ou deseja porque quer manter o relacionamento a qualquer custo. Toda mulher, em algum momento, já passou por isso.
Todas nós conhecemos uma mulher boazinha. É aquela que se entrega por completo a um homem que mal conhece, sem que ele tenha que investir muito. É a mulher que se dá cegamente porque anseia receber de volta a mesma atenção. É a mulher que age de acordo com o que ela acha que o homem gosta ou deseja porque quer manter o relacionamento a qualquer custo. Toda mulher, em algum momento, já passou por isso.
É verdade que as revistas femininas, em geral, estimulam esse comportamento: "Comece bancando a difícil. Mas no segundo encontro prepare uma refeição dos deuses para ele, crie um ambiente romântico com música suave, champanhe em copos de cristal e luz de velas... Não se esqueça dos guardanapos bordados e dos morangos orgânicos daquela loja maravilhosa a duas horas da sua casa. Depois, sirva tudo usando uma camisola de renda preta." Essa é uma receita perfeita para quê? Para um desastre.
Tuesday, December 07, 2010
Poesia Sérvia- A vida é sonho
Não sou há tempos,nem na horizontal
Nem na vertical e você também não.
Nunca jamais existimos.Levantei vôo
No delgado galho,sem mover-me
Do lugar,nada aconteceu e também
Nada foi percebido.Você desapareceu
Antes de nascer,feito pálida noiva,
Nem boa nem má,sem face e sem solo,
Que nada tem,nem vigor maior,
A vida é um sonho em que os sonhos se esvaem
Antes mesmo que a insônia se encrespe.
Simon Simónovitch-(1946-)
21.10.2003
Sunday, December 05, 2010
Nossa casa,nossa prisão
Altos muros nos cercam.
Portões enormes nos isolam das ruas.
Câmeras de vigilância,fios elétricos e seguranças uniformizados nos guardam.
Temos também cães ferozes que até nos assustam.
Vivemos ou não numa prisão?
Portões enormes nos isolam das ruas.
Câmeras de vigilância,fios elétricos e seguranças uniformizados nos guardam.
Temos também cães ferozes que até nos assustam.
Vivemos ou não numa prisão?
Trecho de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch -PARTE ll
Os historiadores já fizeram retratos bem diversos dos índios brasileiros. Nos primeiros relatos, os nativos eram seres incivilizados, quase animais que precisaram ser domesticados ou derrotados. Uma visão oposta se propagou no século 19, com o indianismo romântico, que retratou os nativos como bons selvagens donos de uma moral intangível. Parte dessa visão continuou no século 20. Historiadores como Florestan Fernandes, que em 1952 escreveu A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá , montaram relatos onde a cultura indígena original e pura teria sido destruída pelos gananciosos e cruéis conquistadores europeus.
Os índios que ficaram para essa história foram os bravos e corajosos que lutaram contra os portugueses. Quando eram derrotados e entravam para a sociedade colonial, saíam dos livros. Apesar de tentar dar mais valor à cultura indígena, os textos continuaram encarando os índios como coisas, seres passivos que não tiveram outra opção senão lutar contra os portugueses ou se submeter a eles. Surgiu assim o discurso tradicional que até hoje alimenta o conhecimento popular e aulas da escola. Esse discurso nos faz acreditar que os nativos da América viviam em harmonia entre si e em equilíbrio com a natureza até os portugueses chegarem, travarem guerras eternas e destruírem plantas, animais, pessoas e culturas.
Na última década, a história mudou outra vez. Uma nova leva de estudos, que ainda não se popularizou, toma a cultura indígena não como um valor cristalizado. Sem negar as caçadas que os índios sofreram, os pesquisadores mostraram que eles não foram só vítimas indefesas. A colonização foi marcada também por escolhas e preferências dos índios, que os portugueses, em número muito menor e precisando de segurança para instalar suas colônias, diversas vezes acataram. Muitos índios foram amigos dos brancos, aliados em guerras, vizinhos que se misturaram até virar a população brasileira de hoje. "Os índios transformaram-se mais do que foram transformados", afirma a historiadora Maria Regina Celestino de Almeida na tese Os Índios Aldeados no Rio de Janeiro Colonial , de 2000. As festas e bebedeiras de índios e brancos mostram que não houve só tragédias e conflitos durante aquele choque das civilizações. Em pleno período colonial, muitos índios deviam achar bem chato viver nas tribos ou nas aldeias dos padres. Queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e desfrutar das novidades que traziam.
O contato das duas culturas merece um retrato ainda mais distinto, até grandiloquente. Quando europeus e ameríndios se reencontraram, em praias do Caribe e do Nordeste brasileiro, romperam um isolamento das migrações humanas que completava 50 mil anos. É verdade que o impacto não foi leve – tanto tempo de separação provocou epidemias e choques culturais. Mas eles aconteceram para os dois lados e não apagam uma verdade essencial: aquele encontro foi um dos episódios mais extraordinários da história do povoamento do ser humano sobre a Terra, com vantagens e descobertas sensacionais tanto para os europeus quanto para centenas de nações indígenas que viviam na América. Um novo ponto de vista sobre esse episódio surge quando se analisa alguns fatos esquecidos da história de índios e portugueses.
Os índios que ficaram para essa história foram os bravos e corajosos que lutaram contra os portugueses. Quando eram derrotados e entravam para a sociedade colonial, saíam dos livros. Apesar de tentar dar mais valor à cultura indígena, os textos continuaram encarando os índios como coisas, seres passivos que não tiveram outra opção senão lutar contra os portugueses ou se submeter a eles. Surgiu assim o discurso tradicional que até hoje alimenta o conhecimento popular e aulas da escola. Esse discurso nos faz acreditar que os nativos da América viviam em harmonia entre si e em equilíbrio com a natureza até os portugueses chegarem, travarem guerras eternas e destruírem plantas, animais, pessoas e culturas.
Na última década, a história mudou outra vez. Uma nova leva de estudos, que ainda não se popularizou, toma a cultura indígena não como um valor cristalizado. Sem negar as caçadas que os índios sofreram, os pesquisadores mostraram que eles não foram só vítimas indefesas. A colonização foi marcada também por escolhas e preferências dos índios, que os portugueses, em número muito menor e precisando de segurança para instalar suas colônias, diversas vezes acataram. Muitos índios foram amigos dos brancos, aliados em guerras, vizinhos que se misturaram até virar a população brasileira de hoje. "Os índios transformaram-se mais do que foram transformados", afirma a historiadora Maria Regina Celestino de Almeida na tese Os Índios Aldeados no Rio de Janeiro Colonial , de 2000. As festas e bebedeiras de índios e brancos mostram que não houve só tragédias e conflitos durante aquele choque das civilizações. Em pleno período colonial, muitos índios deviam achar bem chato viver nas tribos ou nas aldeias dos padres. Queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e desfrutar das novidades que traziam.
O contato das duas culturas merece um retrato ainda mais distinto, até grandiloquente. Quando europeus e ameríndios se reencontraram, em praias do Caribe e do Nordeste brasileiro, romperam um isolamento das migrações humanas que completava 50 mil anos. É verdade que o impacto não foi leve – tanto tempo de separação provocou epidemias e choques culturais. Mas eles aconteceram para os dois lados e não apagam uma verdade essencial: aquele encontro foi um dos episódios mais extraordinários da história do povoamento do ser humano sobre a Terra, com vantagens e descobertas sensacionais tanto para os europeus quanto para centenas de nações indígenas que viviam na América. Um novo ponto de vista sobre esse episódio surge quando se analisa alguns fatos esquecidos da história de índios e portugueses.
Saturday, December 04, 2010
Trecho de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch
Em 1646, os jesuítas que tentavam evangelizar os índios no Rio de Janeiro tinham um problema. As aldeias onde moravam com os nativos ficavam perto de engenhos que produziam vinhos e aguardente. Bêbados, os índios tiravam o sono dos padres. Numa carta de 25 de julho daquele ano, Francisco Carneiro, o reitor do colégio jesuíta, reclamou que o álcool provocava "ofensas a Deus, adultérios, doenças, brigas, ferimentos, mortes" e ainda fazia o pessoal faltar às missas. Para acabar com a indisciplina, os missionários decidiram mudar três aldeias para um lugar mais longe, de modo que não ficasse tão fácil passar ali no engenho e tomar umas. Não deu certo. Foi só os índios e os colonos ficarem sabendo da decisão para se revoltarem juntos. Botaram fogo nas choupanas dos padres, que imediatamente desistiram da mudança.
Os anos passaram e o problema continuou. Mais de um século depois, em 1755, o novo reitor se dizia contrariado com os índios por causa do "gosto que neles reina de viver entre os brancos". Era comum fugirem para as vilas e os engenhos, onde não precisavam obedecer a tantas regras. O reitor escreveu a um colega dizendo que eles "se recolhem nas casas dos brancos a título de os servir; mas verdadeiramente para viver a sua vontade e sem coação darem-se mais livremente aos seus costumados vícios". O contrário também acontecia. Nas primeiras décadas do Brasil, tantos portugueses iam fazer festa nas aldeias que os representantes do reino português ficaram preocupados. Enquanto tentavam fazer os índios viver como cristãos, viam os cristãos vestidos como índios, com várias mulheres e participando de festas no meio das tribos. Foi preciso editar leis para conter a convivência nas aldeias. Em 1583, por exemplo, o conselho municipal de São Paulo proibiu os colonos de participar de festas dos índios e "beber e dançar segundo seu costume".
Os anos passaram e o problema continuou. Mais de um século depois, em 1755, o novo reitor se dizia contrariado com os índios por causa do "gosto que neles reina de viver entre os brancos". Era comum fugirem para as vilas e os engenhos, onde não precisavam obedecer a tantas regras. O reitor escreveu a um colega dizendo que eles "se recolhem nas casas dos brancos a título de os servir; mas verdadeiramente para viver a sua vontade e sem coação darem-se mais livremente aos seus costumados vícios". O contrário também acontecia. Nas primeiras décadas do Brasil, tantos portugueses iam fazer festa nas aldeias que os representantes do reino português ficaram preocupados. Enquanto tentavam fazer os índios viver como cristãos, viam os cristãos vestidos como índios, com várias mulheres e participando de festas no meio das tribos. Foi preciso editar leis para conter a convivência nas aldeias. Em 1583, por exemplo, o conselho municipal de São Paulo proibiu os colonos de participar de festas dos índios e "beber e dançar segundo seu costume".
Os livros mais vendidos- Veja
Os mais vendidos/ 08 dezembro 2010
FICÇÃO | NÃO-FICÇÃO | AUTOAJUDA E ESOTERISMO | ||||||||||
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[A|B#] – A] posição do livro na semana anterior | B] há quantas semanas o livro aparece na lista | #] semanas não consecutivas |
Thursday, December 02, 2010
Um instante de lucidez
Paro na calçada para ver o funeral passar.
Penso,quem será?
Será que já viveu todos os seus sonhos?
Já amou quanto tinha que amar?
Quem está chorando por ele?
Para no calçada para ver o funeral passar.
Porém no instante seguinte já esqueci da efemeridade da vida,
Do sopro que somos.
E lá estou de novo lidando com as mazelas da vida.
Penso,quem será?
Será que já viveu todos os seus sonhos?
Já amou quanto tinha que amar?
Quem está chorando por ele?
Para no calçada para ver o funeral passar.
Porém no instante seguinte já esqueci da efemeridade da vida,
Do sopro que somos.
E lá estou de novo lidando com as mazelas da vida.
Wednesday, December 01, 2010
Automóvel
Atropelam-se como doidos!
O automóvel se tornou um instrumento da loucura coletiva que nos cerca.
Uma facilidade que nas mãos dos estúpidos
Acabou como arma assassina.
Acabou como arma assassina.
Só nos resta pedir consciência do valor da vida
E um pouco mais de gentileza.
F UNERAL DO HOMEM EMINENTE
Quando o cortejo entrou no cemitério ele já não estava no caixão. Nele apenas jazia sua pobre carcaça fedorenta.Pairando no ar observava o lamento dos hipócritas,o choro dos aproveitadores de plantão.Verdadeiros e falsos amigos dividiam o peso do esquife,sôfregos e pesarosos.A jovem viúva fazia um enorme esforço para chorar e manter o ar de tristeza no rosto,quando na verdade pensava no saldo bancário e nos inúmeros imóveis do falecido marido.E foi assim que ele sorriu ao perceber que deles estava finalmente livre.
Rindo da Vida-Nelson Luiz Pedra
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