Monday, March 26, 2012

Poeminha- Se eu fosse um poeta

Se eu fosse um poeta,
escreveria em pétalas de rosas
uma poesia pra você.
Mas destituído de talento,
só me resta mandar esta carta simples
nesta folha sem graça,
escrita em letra de forma, 
dizendo que estou derretido 
e mais um pouco pela sua pessoinha.

Sunday, March 25, 2012

“Sou mais um desiludido com a política praticada em meu país. Politicamente estou órfão.”

“Alguns seres menores só nos reconhecem quando precisam de ajuda. Sem isso, nos viram o rosto.”

“A vida de qualquer um daria um livro. É claro que alguns seriam indicados como soníferos.”

“O idiotas fundamentalistas estão mesmo tomando conta do mundo. Se depender deles, dentro de pouco só teremos para ler bulas de remédios."

A MINHA VERDADE


A MINHA VERDADE

Procurei a verdade sobre o lugar final do caminho sem retorno.
Porém na busca apenas colecionei mentiras e aproveitadores sem fim.
Quando então, convicto do nada,
Decidi apenas amar e seguir o caminho da vida,
Tirei um enorme peso dos ombros e consegui ser feliz.

Morre o escritor italiano Antonio Tabucchi

O escritor italiano Antonio Tabucchi faleceu em Lisboa aos 68 anos após uma longa doença, informou neste domingo o tradutor de sua obra para o francês, Bernard Comment. Considerado um dos maiores autores italianos contemporâneos, Tabucchi escreveu obras como Afirma Pereira e O Tempo Envelhece Depressa. Autor de mais de 20 livros traduzidos para quase 40 idiomas, o romancista, professor universitário e ensaísta era tradutor da obra do escritor português Fernando Pessoa para o italiano e um de seus principais divulgadores.

Monday, February 20, 2012

Poeminha

CORRIDA
Corra
Corra menino
Corra menino na busca do saber
Senão restará para você
Ser apenas mais um zero
No mundo dos nadas.

Friday, February 10, 2012

Poeminha- Gaiola

GAIOLA

Gaiola não é hotel.
Por mais que o serviço seja bom, falta o principal:
A liberdade só conseguida nos céus.
Homens, abram as portinholas e consintam aos pássaros
O direito de viver sem limites.

Thursday, February 09, 2012

Miniconto- Intranquilo

INTRANQUILO
Ele saiu de casa naquela tarde completamente intranquilo, estando seu cérebro em chamas. Repetia para si: “hoje eu mato alguém, hoje eu mato alguém.” Deixou o automóvel na garagem e seguiu caminhando em direção à cidade. Na cabeça usava um boné branco e na mão direita um revólver calibre 38, carregado com cinco projéteis. No caminho cumprimentou bodes e galinhas, patos não havia. Duas centenas de metros antes da cidade ele empacou. Sentou-se numa pedra e ficou por alguns minutos pensativo, até mesmo sem cuspir. Então deu um grito pavoroso  que acordou os japoneses, esbugalhou os olhos e atirou na própria cabeça. Em casa, sua mulher sentiu o coração palpitar quando viu os comprimidos do marido doente jogados no lixo.

POEMINHA- CERTEZA

CERTEZA
A vida corre
A morte nos espera
Somos ínfimas partículas
Filhas longínquas da grande explosão
Então mesmo sabendo
O que nos aguarda no fim
Vivemos com pressa
Como se a morte
Fedorenta e fria
Não fosse nos esperar.

POEMINHA- LOUCURA

LOUCURA

Vivemos dentro sociedade uma tempestade de
Drogas
Pressa
Trânsito maluco
Desamor
Interesses
Crueldade
Corrupção
Desconfiança
Stress
Depressão
O melhor a fazer é desligar o motor do mundo
E criar o seu próprio modo de viver.

POEMINHA- RECADO


RECADO
Querida,
receba o meu coração através desta andorinha.
Vai embrulhado em papel pardo.
Faça dele o que quiser,
pois morto já estou.
PS: Morri de saudade.

POEMINHA- O CIRCO


O CIRCO

Era um circo pobrezinho,
De parcos recursos e lonas rasgadas.
Não tinha animais em jaulas, nem mesmo um velho leão.
Sobrevivia de espetáculos de lutas e palhaçadas,
Mas era um circo alegre.
Porém um dia o circo pobre
Além de pobre ficou triste:
Seu artista principal foi morto num bordel.
Meus olhinhos de criança
Viram quando saiu o cortejo,
Acompanhado por dois palhaços
E nenhuma multidão.

Saturday, January 28, 2012

Poeminha- Boa alma


BOA ALMA

Ela entrou pelo portão principal do cemitério
E foi aplaudida por milhares de almas antigas
Fez correr do seu caminho espíritos maus
E afastou alguns fantasmas pregadores de peças
Foi então deitar-se tranquilamente no seu esquife acolchoado
Enquanto ao redor os vivos choravam.

Poeminha- Mão amiga


MÃO AMIGA

O abismo estava lá esperando por mim
Mas apareceu uma mão amiga
E pensei estar salvo

Mas qual nada
Era uma grande mão amiga da onça
Com garras afiadas

O tombo foi grande
Mas a dor maior
Foi descobrir tamanha falsidade

Na convalescença do espírito
Refleti sobre uma verdade doída:
Os amigos verdadeiros
São mais raros que os mais belos diamantes.


Friday, January 27, 2012

Miniconto- O buraco

O BURACO
No lugar não havia placa de aviso. Um enorme perigo para os transeuntes que não tinham o hábito de olhar para o chão. Um cidadão distraído com seus pensamentos caiu então no buraco. Gritou ele por socorro durante muitas horas, até que finalmente foi ouvido. Vieram os funcionários da prefeitura e encheram o buraco de pedras e terra. O cidadão distraído não gritou mais.

Miniconto- Esqueletos

ESQUELETOS
Meia-noite. Uma lua de prata brilhava no céu estrelado. Pisava eu com meus sapatos quarenta e dois por uma estradinha deserta, rumando para casa. O vento soprava manso, mas mesmo assim mexia com pequenos arbustos. Tudo calmo na noite, nem um pio da coruja se ouvia. Nisso pensava quando ouvi passos atrás de mim, só ouvidos por causa do silêncio absoluto, tão leves eram. Parei para tentar ver quem caminhava junto comigo naquele lugar ermo, ainda mais por aquelas altas horas. E vi: cinco esqueletos completos estavam lá e caminhavam em fila indiana na minha direção. Usavam chapéus, riam e batiam seus dentinhos. Como nunca acreditei em fantasmas, segui o meu caminho sem pressa. Não parei mais, mas podia os ouvir eles dizendo: espera, espera aí! Chegando em casa soltei da coleira os meus quatro cachorros. Saíram como loucos; olhei para a estradinha e ainda consegui ver um dos esqueletos correndo com uma perna só.

Poeminha- Moça feia

MOÇA FEIA
Quando jovem namorei Luísa
Luísa era uma moça feia
Mas tinha ela o cheiro das rosas
E o beijo mais doce que conheci


Acabei abandonando Luísa
Por uma formosura
E muito me arrependi
Deste ato impensado


Pois passado trinta anos
Não me esqueci da moça feia
Que naqueles dias ensolarados
Fez-me tão feliz.

Poeminha- Quando um amigo se vai

Quando um amigo se vai
Quando um amigo se vai
É como uma estrela que não brilha mais
Mesmo entendendo
E não querendo
A gente sofre
Mais doloroso ainda
É quando ele parte
Assim de repente
Surpreendendo a sua gente
E deixando tantos sonhos pelo caminho.