OS PISTOLEIROS
Lá nos cafundós do Mato
Grosso, perto de onde o diabo perdeu suas cuecas, no final de uma estrada
poeirenta e quase sempre vazia, moravam os irmãos Morais; Pedro 38, Paulo 35 e
Batista 30. Eram solteiros e quando precisavam se aliviar iam até o bordel da
Zefa, em Feliz Natal. Os
irmãos Moraes criavam porcos e matavam gente. Mais matavam gente que criavam
porcos. Matavam gente perto, matavam gente longe. O importante era a paga. Quem
morria só interessava pelo preço. Faziam tudo bem feito; a justiça nunca
triscou neles. Mais de trinta estavam na conta, bons lucros às funerárias. Não
tinham sentimentos, pouco se importavam em deixar filhos sem pai. Eram pessoas
rudes e sem bons sentimentos. A vida era assim; um serviço e depois meses de
armas guardadas. O tempo corre... Certo dia chegou naqueles confins uma bela
moça morena. Tinha brilho, belo sorriso e pernas roliças. Era quase noite e
pediu um lugar para ficar. Com boas intenções eles acolheram a mocinha,
acredite quem quiser. Foi um a noite e tanto. Rolou muito sexo e cachaça entre
o quarteto. Todos dormiram embriagados e exaustos. Quando clareou o dia ela foi
embora antes mesmo dos irmãos acordarem. Dela não mais se soube. Os irmãos? Depois de alguns dias morreram os três de
pinto podre.
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