ESPERANÇA
Formigas
caminham pela varanda completamente despreocupadas enquanto um cão preguiçoso
boceja deitado satisfeito na cerâmica fria. Nuvens passeiam pelo céu, sem
pressa. O sol vespertino é forte; o verde das árvores se destaca; o cantar dos
pássaros presos é triste. Alados libertos cruzam os ares fazendo alarido e
lamentando a má-sorte dos irmãos engaiolados. Não tem jeito, quem está na
gaiola canta de tristeza, mas os obtusos pensam que é de alegria. Quem canta
seus males espanta; eles sabem disso mais do que ninguém. Uns poucos ainda
olham para cima com esperança de um dia poder novamente voar. A esperança,
sempre ela, junto do ser até o derradeiro suspiro.
No comments:
Post a Comment