PAULO TOALHA
Salvo uma
tendência à preguiça Paulo não demonstrava nenhum sintoma de anormalidade. Atendia
os clientes sem muito entusiasmo, mas não tratava mal ninguém. Cumpria seus horários,
embora às vezes dormisse sentado. Porém um dia chegamos à conclusão que o
colega não estava batendo bem da cabeça. Numa manhã visitou o banheiro
exclusivo do proprietário, e na falta de papel higiênico limpou o rabo com a
toalha de rosto do chefe. Pior não foi isso: dependurou a tolha de volta no
suporte, embora estivesse meia centena de toalhas na despensa ao alcance das
suas mãos para trocar a dita suja. Nem o patrão acreditou em tamanha
barbaridade. Deu um sermão no jovem e não o mandou embora. Trancou o banheiro a
chave e marcou uma consulta para ele. Daquele dia em diante nosso colega passou
a ser chamado de Paulo Toalha. Pegou.
*Não é ficção, aconteceu numa empresa
em que eu trabalhava no ano de 1979.
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