Contos
O carnaval dos animais. Porto Alegre, Movimento, 1968.
A balada do falso Messias. São Paulo, Ática, 1976.
Histórias da terra trêmula. São Paulo, Escrita, 1976.
O anão no televisor. Porto Alegre, Globo, 1979.
Os melhores contos de Moacyr Scliar. São Paulo, Global, 1984.
Dez contos escolhidos. Brasília, Horizonte, 1984.
O olho enigmático. Rio, Guanabara, 1986.
Contos reunidos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
O amante da Madonna. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1997.
Os contistas. Rio, Ediouro, 1997.
Histórias para (quase) todos os gostos. Porto Alegre, L&PM, 1998.
Pai e filho, filho e pai. Porto Alegre, L&PM, 2002.
Histórias Que Os Jornais Não Contam. Rio de Janeiro, Agir, 2009.
Romances
A guerra no Bom Fim. Rio, Expressão e Cultura, 1972. Porto Alegre, L&PM.
O exército de um homem só. Rio, Expressão e Cultura, 1973. Porto Alegre, L&PM.
Os deuses de Raquel. Rio, Expressão e Cultura, 1975. Porto Alegre, L&PM.
O ciclo das águas. Porto Alegre, Globo, 1975; Porto Alegre, L&PM, 1996.
Mês de cães danados. Porto Alegre, L&PM, 1977.
Doutor Miragem. Porto Alegre, L&PM, 1979.
Os voluntários. Porto Alegre, L&PM, 1979.
O centauro no jardim. Rio, Nova Fronteira, 1980. Porto Alegre, L&PM (Tradução francesa:"Le centaure dans le jardin" ),Presses de la Renaissance,Paris, 1985, ISBN 2-264-01545-4
Max e os felinos. Porto Alegre, L&PM, 1981.
A estranha nação de Rafael Mendes. Porto Alegre, L&PM, 1983.
Cenas da vida minúscula. Porto Alegre, L&PM, 1991.
Sonhos tropicais. São Paulo, Companhia das Letras, 1992.
A majestade do Xingu. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.
A mulher que escreveu a Bíblia. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.
Os leopardos de Kafka. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.
Na Noite do Ventre, o Diamante. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2005.
Ciumento de carteirinha Editora Ática, ISBN 8508101104, 2006.
Os Vendilhões do Templo Companhia das Letras, ISBN 9788535908299, 2006.
Manual da Paixão Solitária. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Eu vos abraço, milhões. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Ficção infanto-juvenil
Cavalos e obeliscos. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1981; São Paulo, Ática, 2001.
A festa no castelo. Porto Alegre, L&PM, 1982.
Memórias de um aprendiz de escritor. São Paulo, Cia. Editora Nacional, 1984.*
No caminho dos sonhos. São Paulo, FTD, 1988.
O tio que flutuava. São Paulo, Ática, 1988.
Os cavalos da República. São Paulo, FTD, 1989.
Pra você eu conto. São Paulo, Atual, 1991.
Uma história só pra mim. São Paulo, Atual, 1994.
Um sonho no caroço do abacate. São Paulo, Global, 1995.
O Rio Grande farroupilha. São Paulo, Ática, 1995.
Câmera na mão, o Guarani no coração. São Paulo, Ática, 1998.
A colina dos suspiros. São Paulo, Moderna, 1999.
Livro da medicina. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2000.
O mistério da Casa Verde. São Paulo, Ática, 2000.
O ataque do comando P.Q. São Paulo, Ática, 2001.
O sertão vai virar mar. São Paulo, Ática, 2002.
Aquele estranho colega, o meu pai. São Paulo, Atual, 2002.
Éden-Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2002.
O irmão que veio de longe. Idem, idem.
Nem uma coisa, nem outra. Rio, Rocco, 2003.
Aprendendo a amar - e a curar. São Paulo, Scipione, 2003.
Navio das cores. São Paulo, Berlendis & Vertecchia, 2003.
Livro de Todos - O Mistério do Texto Roubado. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008. Obra coletiva (Moacyr Scliar e vários autores)
Crônicas
Sunday, February 27, 2011
Moacyr Scliar,um talento que nos deixa
O escritor Moacyr Scliar que havia sofrido um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC) e estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde 17 de janeiro, faleceu à 1h deste domingo, 27 de fevereiro.
Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 - Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2011) foi um escritor brasileiro. Formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário. Na madrugada do dia 16 de janeiro de 2011 sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Passou por um procedimento cirurgico no dia 17 de janeiro de 2011, vindo a falecer no dia 27 de fevereiro de 2011 no hospital de Clinicas de Porto Alegre.
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola de Educação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica. Em 1963, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969. Em 1970, frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Já foi professor na faculdade de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 - Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2011) foi um escritor brasileiro. Formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário. Na madrugada do dia 16 de janeiro de 2011 sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Passou por um procedimento cirurgico no dia 17 de janeiro de 2011, vindo a falecer no dia 27 de fevereiro de 2011 no hospital de Clinicas de Porto Alegre.
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), no Bom Fim, bairro que até hoje reúne a comunidade judaica, a 23 de março de 1937, filho de José e Sara Scliar. Sua mãe, professora primária, foi quem o alfabetizou. Cursou, a partir de 1943, a Escola de Educação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Colégio Rosário, uma escola católica. Em 1963, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969. Em 1970, frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Já foi professor na faculdade de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Thursday, February 03, 2011
Morto
Você sabe o que é um homem triste?
Você sabe o que um homem morto?
Não?
Basta olhar para qualquer um que perdeu toda a esperança.
Esse é um homem morto.
Você sabe o que um homem morto?
Não?
Basta olhar para qualquer um que perdeu toda a esperança.
Esse é um homem morto.
Tuesday, January 25, 2011
Avalanche
Uma avalanche de informações caem sobre nós todos os dias
Ai ai que nos soterram...falta folego,o que será que estaremos perdendo se não abrimos essa página,esse e-mail?
Talvez nada de importante
É melhor pensar assim
É preciso dar um tempo
dizer basta
pois mesmo querendo jamais saberemos tudo
Não seja tolo
Afunde os pés numa bacia de água morna
converse com amigos e brinque
Ou morra enlouquecido nesse mundo de apelos visuais e informações sem fim.
Ai ai que nos soterram...falta folego,o que será que estaremos perdendo se não abrimos essa página,esse e-mail?
Talvez nada de importante
É melhor pensar assim
É preciso dar um tempo
dizer basta
pois mesmo querendo jamais saberemos tudo
Não seja tolo
Afunde os pés numa bacia de água morna
converse com amigos e brinque
Ou morra enlouquecido nesse mundo de apelos visuais e informações sem fim.
Wednesday, January 19, 2011
Will e Ariel Durant sobre "civilização"
"A civilização é um rio com margens.às vezes,o rio está cheio de sangue que vem de pessoas que estão matando,roubando,fazendo coisas que os historiadores costumam registar;enquanto nas margens,sem serem notadas,pessoas constroem casas,fazem amor,criam os filhos que tiveram,cantam canções,escrevem poesias e até esculpem estátuas.
A história da civilização é o que acontece nas margens."
A história da civilização é o que acontece nas margens."
Saturday, January 15, 2011
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
Tuesday, January 11, 2011
Constante
Mesmo sabendo muito não sabemos nada,
é constante o aprendizado.
"Eu sei de tudo" nos torna pedantes
e consequentemente morremos mais ignorantes que deveríamos.
é constante o aprendizado.
"Eu sei de tudo" nos torna pedantes
e consequentemente morremos mais ignorantes que deveríamos.
Monday, January 10, 2011
Irã bane os livros de Paulo Coelho
Paulo Coelho, o escritor brasileiro de maior sucesso mundial, está proibido de publicar os seus livros no Irã na semana passada. O banimento foi comunicado ao editor de Coelho no Irã, Iarash Hejazi. O motivo da censura, como em toda boa ditadura, não foi explicitado.
Os livros de Paulo Coelho são publicados no Irã desde 1998. Já vendeu cerca de 6 milhões de exemplares por lá. Diz Coelho:
- Eu sinceramente espero que o governo brasileiro se pronuncie.
Se fosse no governo Lula era melhor esperar sentado. É um bom teste, porém, para o governo que se inicia.
Por Lauro Jardim
Os livros de Paulo Coelho são publicados no Irã desde 1998. Já vendeu cerca de 6 milhões de exemplares por lá. Diz Coelho:
- Eu sinceramente espero que o governo brasileiro se pronuncie.
Se fosse no governo Lula era melhor esperar sentado. É um bom teste, porém, para o governo que se inicia.
Por Lauro Jardim
Friday, January 07, 2011
Pão
Encontrei sentado na calçada um homem esquálido
Pensei estar ele morto de fome
E lhe ofereci pão
Mas o mendigo refugou o pão dizendo
De fome não morrerei
Pois ganho alimento de todos
Mas já que ninguém me oferece um livro
Posso morrer de burrice.
Pensei estar ele morto de fome
E lhe ofereci pão
Mas o mendigo refugou o pão dizendo
De fome não morrerei
Pois ganho alimento de todos
Mas já que ninguém me oferece um livro
Posso morrer de burrice.
Pedras e pedrinhas
![]() |
A família do velho Nelson.Da esquerda para direita:Filha Marília,filha Elis,genro Wagner,esposa Vanidia,netas Isadora e Vitória. |
Monday, January 03, 2011
Estalo
O tempo não perdoa
É um grande velocista
A criança vira homem
Filho é pai
Pai é avô
Os cabelos caem
Os cabelos ficam brancos
Ele compra tintura pra cabelo
E remédio pra artrite
E pra tantas outras doenças
Que enumerá-las daria uma nova Bíblia
Mas não há tempo para mais nada
A tampa do caixão já foi aberta
Desejo-lhe uma boa jornada
Nesta viagem sem retorno.
É um grande velocista
A criança vira homem
Filho é pai
Pai é avô
Os cabelos caem
Os cabelos ficam brancos
Ele compra tintura pra cabelo
E remédio pra artrite
E pra tantas outras doenças
Que enumerá-las daria uma nova Bíblia
Mas não há tempo para mais nada
A tampa do caixão já foi aberta
Desejo-lhe uma boa jornada
Nesta viagem sem retorno.
Saturday, January 01, 2011
Mudar o mundo?
Não penso mais em mudar o mundo
É a mim que preciso mudar
Pois portador de tantos defeitos
Às vezes tropeço neles
E sinto então que minha consciência me condena.
É a mim que preciso mudar
Pois portador de tantos defeitos
Às vezes tropeço neles
E sinto então que minha consciência me condena.
"A lembrança da morte permanece distante quando se tem muitos projetos na vida."
"Um homem bom também pode ser levado ao crime por por circunstâncias fortuitas.Mas ao contrário do homem perverso,sua consciência o condena."
Sunday, December 26, 2010
Poesia polonesa- Entre tantas tarefas
Entre tantas tarefas
tão urgentes
esqueci que
também preciso morrer
leviano
descuidei dessa obrigação
ou só a cumpri
negligentemente
a partir de amanhã
tudo muda
começo a morrer com cuidado
com sapiência otimismo
sem perda de tempo.
Tadeusz Rózewicz-Tradução Marcelo Paiva de Souza
tão urgentes
esqueci que
também preciso morrer
leviano
descuidei dessa obrigação
ou só a cumpri
negligentemente
a partir de amanhã
tudo muda
começo a morrer com cuidado
com sapiência otimismo
sem perda de tempo.
Tadeusz Rózewicz-Tradução Marcelo Paiva de Souza
"Morrer de amor é se acabar em lágrimas de tanta saudade."
Tuesday, December 21, 2010
Calor
O calor faz suar rios que deslizam pelo corpo quente.
Não há vento,não há fria água que acalme
O sangue que ferve.
Pedras de gelo morrem em poucos minutos.
Os abanos manuais não fazem diferença,é o inferno na terra.
Quando o sufoco já é demais,a energia retorna
E com ela religa-se o climatizador.
Que invenção divina!
Não há vento,não há fria água que acalme
O sangue que ferve.
Pedras de gelo morrem em poucos minutos.
Os abanos manuais não fazem diferença,é o inferno na terra.
Quando o sufoco já é demais,a energia retorna
E com ela religa-se o climatizador.
Que invenção divina!
Mário Quintana- Ah!Os relógios
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana - A Cor do Invisível
Fernando Sabino-Frases
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um."
"Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor."
"O DURO OFÍCIO DE ESCRITOR
“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um."
"Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor."
"O DURO OFÍCIO DE ESCRITOR
“Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre de corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 1.100 páginas datilografadas para fazer um romance, no qual aproveitei pouco mais de 300.”
Saturday, December 18, 2010
Relançamento do livro Os três mosqueteiros
RIO - Quase todo mundo já ouviu falar dos Três Mosqueteiros: eles eram quatro, usavam capa e espada, lutavam pelo rei da França e seu lema, de um romantismo a toda prova, era o (ainda) popular "um por todos, todos por um". Já o número de pessoas que de fato leram a história original de Alexandre Dumas (1802-1870) é bem menor. O escritor, tradutor e crítico literário Rodrigo Lacerda está entre esses leitores: conheceu Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan aos 12 anos numa edição de banca da Editora Abril, de capa vermelha, publicada nos anos 70. Hoje, aos 41 anos e pai de uma adolescente de 15, percebe um certo desconhecimento entre os jovens acerca dos clássicos juvenis. Daí seu orgulho indisfarçável com o lançamento da edição ilustrada de "Os três mosqueteiros" (688 páginas, R$ 69), com apresentação, tradução e notas assinadas por ele e por André Telles, e que é uma das principais apostas da editora Zahar para este Natal.
- Algumas histórias são tão difundidas que transcendem a categoria da literatura. É o caso de clássicos como os "Mosqueteiros", "Moby Dick", "O médico e o monstro": você não precisa ter lido para saber do que se trata. Eles fazem parte do imaginário coletivo, passam a integrar a língua, a cultura, viram mitos culturais - diz Lacerda. - Porém, ler esses livros também é importante. E notei que eles deram uma sumida das livrarias, em algum momento dos anos 90.
O Globo
- Algumas histórias são tão difundidas que transcendem a categoria da literatura. É o caso de clássicos como os "Mosqueteiros", "Moby Dick", "O médico e o monstro": você não precisa ter lido para saber do que se trata. Eles fazem parte do imaginário coletivo, passam a integrar a língua, a cultura, viram mitos culturais - diz Lacerda. - Porém, ler esses livros também é importante. E notei que eles deram uma sumida das livrarias, em algum momento dos anos 90.
O Globo
Thursday, December 16, 2010
Você sabe o que é clepsidra?
A clepsidra ou relógio de água foi um dos primeiros sistemas criados pelo homem para medir o tempo. Trata-se de um dispositivo movido a água, que funciona por gravidade, no mesmo princípio da ampulheta (de areia).
Poesia Polonesa- Ao rio
Ao Rio
Ó rio-clepsidra de água metáfora da eternidade
entro em ti cada vez tão diferente
que poderia ser nuvem peixe ou rocha
e tu és imutável como o relógio que marca
as metamorfoses do corpo e as quedas do espírito
a lenta decomposição dos tecidos e do amor
eu nascido do barro
quero ser teu aluno
e conhecer a fonte o coração olímpico
ó tocha fresca coluna cantante
rochedo da minha fé e do desespero
ensina-me ó rio a ser teimoso e persistente
para que mereça na última hora
repouso na sombra do delta imenso
no sagrado triângulo do princípio e do fim.
Tradução de Ana Cristina César e Grazyna Drabik
Ó rio-clepsidra de água metáfora da eternidade
entro em ti cada vez tão diferente
que poderia ser nuvem peixe ou rocha
e tu és imutável como o relógio que marca
as metamorfoses do corpo e as quedas do espírito
a lenta decomposição dos tecidos e do amor
eu nascido do barro
quero ser teu aluno
e conhecer a fonte o coração olímpico
ó tocha fresca coluna cantante
rochedo da minha fé e do desespero
ensina-me ó rio a ser teimoso e persistente
para que mereça na última hora
repouso na sombra do delta imenso
no sagrado triângulo do princípio e do fim.
Tradução de Ana Cristina César e Grazyna Drabik
O autor mais vendido na Europa em 2010- Stieg Larsson
Stieg Larsson (Skelleftehamn, Suécia, 15 de agosto de 1954 - 9 de novembro de 2004) foi um jornalista e escritor sueco.
Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenômeno mundial em que a sua obra se tornou.
Em 2008, ele foi o segundo autor mais vendido no mundo, atrás do autor Afegão-Americano Khaled Hosseini.[1]
WIKI
Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenômeno mundial em que a sua obra se tornou.
Em 2008, ele foi o segundo autor mais vendido no mundo, atrás do autor Afegão-Americano Khaled Hosseini.[1]
WIKI
Os livros mais vendidos na Europa em 2010
Livros de Stieg Larsson mais vendidos na Europa em 2010
Os livros da Trilogia Millennium («Os Homens que Odeiam As Mulheres», «A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina» e «Um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar»), de Stieg Larsson e editados em Portugal pela Oceanos, foram os que mais venderam na Europa em 2010, assegura o site www.bookseller.com.
O site levantou os números dos livros mais vendidos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia e chegou a conclusão de que as três obras de Stieg Larsson, que não usufruiu do seu êxito já que faleceu pouco depois de os entregar à sua editora sueca, superaram o norte-americano Dan Brown, que ficou na segunda posição. A lista conta ainda com nomesm como Ken Follet, Stephenie Meyer e Tatiana de Rosnay.
De referir que a Oceanos acabou de disponibilizar os livros da trilogia numa só caixa.
Fonte-Diário Digital
Os livros da Trilogia Millennium («Os Homens que Odeiam As Mulheres», «A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina» e «Um Fósforo e A Rainha no Palácio das Correntes de Ar»), de Stieg Larsson e editados em Portugal pela Oceanos, foram os que mais venderam na Europa em 2010, assegura o site www.bookseller.com.
O site levantou os números dos livros mais vendidos no Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha e Suécia e chegou a conclusão de que as três obras de Stieg Larsson, que não usufruiu do seu êxito já que faleceu pouco depois de os entregar à sua editora sueca, superaram o norte-americano Dan Brown, que ficou na segunda posição. A lista conta ainda com nomesm como Ken Follet, Stephenie Meyer e Tatiana de Rosnay.
De referir que a Oceanos acabou de disponibilizar os livros da trilogia numa só caixa.
Fonte-Diário Digital
Tuesday, December 14, 2010
Poesia Sérvia - Águas de Fada
Aqui a cidade deposita
os seus corpos cheios de sujeira,cestos,sacos pretos
Aqui os girassóis de cada ano
esmagam-se num óleo ruivo qualquer
Aqui eu também leproso
filho de ninguém irmão de ninguém
da terra de ninguém coluna negra
nasci pela segunda vez
Aqui atrás de mim
feito incontáveis mães
saltitam corvos
Aqui crescerei
com uma grande cruz sobre a cabeça
Aqui encontrarei a minha amada
beldade de cabelos de arame e vidro
Aqui o cordeiro vagueia.
Nóvitsa Taditch
os seus corpos cheios de sujeira,cestos,sacos pretos
Aqui os girassóis de cada ano
esmagam-se num óleo ruivo qualquer
Aqui eu também leproso
filho de ninguém irmão de ninguém
da terra de ninguém coluna negra
nasci pela segunda vez
Aqui atrás de mim
feito incontáveis mães
saltitam corvos
Aqui crescerei
com uma grande cruz sobre a cabeça
Aqui encontrarei a minha amada
beldade de cabelos de arame e vidro
Aqui o cordeiro vagueia.
Nóvitsa Taditch
Monday, December 13, 2010
Você já leu?- Criação,de Gore Vidal
![]() Reconstrução uma das épocas mais turbulentas e fascinantes da história da humanidade, o século V a.C., período em que se conceberam idéias filosóficas, sociais e políticas que mudaram o curso do mundo antigo. O protagonista de 'Criação' é Ciro, neto do profeta Zoroastro, que viaja como embaixador para além das fronteiras da Pérsia à procura de riqueza e, sobretudo, de respostas às perguntas acerca da criação e da origem do mundo. Autor: VIDAL, GORE Tradutor: GOLDMAN, NEWTON Editora: NOVA FRONTEIRA- Assunto: LITERATURA ESTRANGEIRA |
Opinião do Leitor: Carlos Roberto Streppel / Data: 18/1/2007 Conceito do leitor: ![]() ![]() ![]() ![]() ![]() Vigoroso O texto vigoroso e firme de Gore Vidal é cativante e envolvente. A partir de uma visão não convencional, isto é, a partir do ponto de vista greco-romano, Gore Vidal nos envolve com a vida política e econômica da Ásia pré- Alexandre e pré-Sócrates, mostrando-nos uma outra realidade, que nós, ocidentais, não estamos muito acostumados a partilhar. Viajamos então ao Oriente, à India e seus costumes, à China e sua política estatal, tudo isto num período muito antigo, de mais de 2.500 anos atrás. É fascinante mergulhar neste período, e eprceber que, de uma forma ou de outra somos devedores em muitas coisas, à maneira daquelas pessoas viver, pensar e crer. Um grande lvro, na linguagem, na história e também no tamanho, escrito quando o autor encontrava-se no auge de sua criatividade, na opinião de Cony. Recomendo a leitura do livro para que nós possamos nos presentear com o privilégio, diria assim, de partilhar do dia-a-dia de pessoas que viveram numa época bem distante de nós, mas que, de certa forma, nos ajudaram a ser o que somos hoje, porque, de certa maneira, vivemos, pensamos, trabalhamos e cremos da forma como aquelas pessoas viveram. |
Saiu na Imprensa: / Data: 18/1/2007 CRIAÇAO Veja mais |
Sobre o autor: VIDAL, GORE Gore Vidal is the author of twenty-two novels, five plays, many screenplays and short stories, more than two hundred essays, and a memoir. Two of his American empire novels, Lincoln and 1876, were the subject of cover stories in Time and Newsweek, respectively. In 1993, a collection of his criticism, United States: Essays 1952-1992, won the National Book Award. He received an award from the Cannes Film Festival for best screenplay for The Best Man. |
Dores dezembrinas
Uma dor que não é física me aperta o peito no décimo segundo mês do ano.
Um sentimento que não toma forma me assombra dias e noites.
Se eu ainda soubesse o motivo desta dor
Poderia quem sabe buscar ajuda e consolo em algum lugar.
Mas ela me aflige, dá uma tristeza sem trégua e o remédio para ela eu não tenho
Pois veio assim do nada e comigo ficou.
Quem sabe ela irá embora quando dezembro passar?
Um sentimento que não toma forma me assombra dias e noites.
Se eu ainda soubesse o motivo desta dor
Poderia quem sabe buscar ajuda e consolo em algum lugar.
Mas ela me aflige, dá uma tristeza sem trégua e o remédio para ela eu não tenho
Pois veio assim do nada e comigo ficou.
Quem sabe ela irá embora quando dezembro passar?
Saturday, December 11, 2010
Li,gostei e recomendo- Eu, Malika Oufkir, Prisioneira Do Rei
Jamais li nada parecido em matéria de crueldade contra inocentes.
Fonte- Livraria Cultura
![]() Best-seller na Europa, esta é a história de Malika Oufkir. Filha de um general marroquino, aos cinco anos ela foi adotada pelo rei Mohammed V e criada como uma princesa. Um dia, porém, seu verdadeiro pai foi acusado de tramar um golpe de Estado e a desgraça caiu sobre a família Oufkir. Sua mãe e seis de seus irmãos foram aprisionados, o que deu início ao que Malika e a jornalista francesa Michèle Fitoussi descrevem no livro como uma fuga desesperada para a vida. |
Friday, December 10, 2010
Você já leu? - O Vermelho e o Negro - Sthendal
O VERMELHO E O NEGRO - Resumo estendido
M. de Rênal, o prefeito da cidadezinha provinciana de Verrières, contrata JULIEN SOREL para ser o tutor de seus filhos. JULIEN é apenas o filho de um carpinteiro mas sonha seguir os passos de seu herói, Napoleão.
Todavia, nesta época, os homens ganham o poder é na igreja (o negro), e não mais no exército (o vermelho).
Mesmo que esteja treinando para sacerdote, JULIEN decide seduzir a mulher do prefeito, Mme. de Rênal, porque pensa ser o seu dever. Eles se tornam amantes, porém, M. Valenod, o adversário político do prefeito, descobre o caso e começa a espalhar rumores.
M. de Rênal sente-se profundamente embaraçado, mas sua mulher o convence que os rumores são falsos. M. Chélan, o padre da cidade e mentor de JULIEN, o envia ao seminário de Besançon para evitar quaisquer escândalos posteriores.
O diretor do seminário, M. Pirard, gosta de JULIEN e o encoraja a se tornar um grande sacerdote. JULIEN se dá bem no seminário mas somente porque quer fazer fortuna e obter êxito na sociedade francesa. Os outros padres do seminário não percebem a hipocrisia de JULIEN, mas sentem ciúme de sua inteligência. M. Pirard está desgostoso com a política da Igreja e renuncia.
O seu benfeitor aristocrático, o Marquês de la Mole, quer que Pirard seja o seu secretário pessoal em Paris, mas M. Pirard diz-lhe que contrate JULIEN em seu lugar.
JULIEN sente-se repelido e interessado pela sociedade parisiense simultaneamente. Ele tenta se ajustar entre os nobres mas estes o tratam como inferior socialmente. Porém, a filha do Marquês, Mathilde, apaixona-se por JULIEN e eles se tornam amantes. Quando Mathilde engravida e conta a o Marquês acerca do seu caso, este fica furioso, mas logo enobrece JULIEN para que Mathilde o possa desposar. JULIEN, finalmente, tem o título aristocrático que sempre quisera para assegurar seu futuro.
Mas, Mme. de Rênal, sentindo-se culpada por essa aliança ímpia, manda ao Marquês uma carta denunciando JULIEN como mulherengo interessado apenas em fazer sua própria fortuna. Então, o Marquês se recusa a deixar sua filha casar com JULIEN, o qual retorna a Verrières, furioso, onde tenta matar Mme. De Rênal; é preso, sentenciado à morte, e morre dando-se conta que seu amor era de Rênal. Esta, logo após a morte de JULIEN na guilhotina, morre com o coração partido.
Fonte: Recanto das Letras
Poesia argentina- A Chuva
Tradução: Renato Suttana
A tarde bruscamente se aclarou,
porque já cai a chuva minuciosa.
Cai e caiu. A chuva é só uma coisa
que o passado por certo freqüentou.
Quem a escuta cair já recobrou
o tempo em que a fortuna venturosa
uma flor lhe mostrou chamada rosa
e a cor bizarra do que cor tomou.
Esta chuva que treme sobre os vidros
alegrará nuns arrabaldes idos
as negras uvas de uma parra em horto
que não existe mais. A umedecida
tarde me traz a voz, a voz querida
de meu pai que retorna e não é morto.
JORGE LUIS BORGES (1899-1986) - Argentino, um dos mais prestigiosos escritores da América hispânica. Antes conhecido por suas ficções do que pela poesia, embora se incluam neste gênero seus primeiros livros: Fervor de Buenos Aires, Luna de Enfrente, Cuaderno San Martín. O poema traduzido pertence a El Otro, el Mismo.
(Extraído do JIRAU DIVERSO, blog de Enzo Carlo Barroco)
Wednesday, December 08, 2010
Trecho de Por que os Homens Amam as Mulheres Poderosas?, de Sherry Argov
- DE CAPACHO A MULHER DOS SONHOS CONHEÇA SEU PRÓPRIO VALOR E ELE A VALORIZARÁ
"Sex appeal é 50% o que você tem e 50% o que as pessoas acham que você tem."
SOPHIA LOREN
SOPHIA LOREN
DEIXE-ME APRESENTÁ-LA À MULHER BOAZINHA
Todas nós conhecemos uma mulher boazinha. É aquela que se entrega por completo a um homem que mal conhece, sem que ele tenha que investir muito. É a mulher que se dá cegamente porque anseia receber de volta a mesma atenção. É a mulher que age de acordo com o que ela acha que o homem gosta ou deseja porque quer manter o relacionamento a qualquer custo. Toda mulher, em algum momento, já passou por isso.
Todas nós conhecemos uma mulher boazinha. É aquela que se entrega por completo a um homem que mal conhece, sem que ele tenha que investir muito. É a mulher que se dá cegamente porque anseia receber de volta a mesma atenção. É a mulher que age de acordo com o que ela acha que o homem gosta ou deseja porque quer manter o relacionamento a qualquer custo. Toda mulher, em algum momento, já passou por isso.
É verdade que as revistas femininas, em geral, estimulam esse comportamento: "Comece bancando a difícil. Mas no segundo encontro prepare uma refeição dos deuses para ele, crie um ambiente romântico com música suave, champanhe em copos de cristal e luz de velas... Não se esqueça dos guardanapos bordados e dos morangos orgânicos daquela loja maravilhosa a duas horas da sua casa. Depois, sirva tudo usando uma camisola de renda preta." Essa é uma receita perfeita para quê? Para um desastre.
Tuesday, December 07, 2010
Poesia Sérvia- A vida é sonho
Não sou há tempos,nem na horizontal
Nem na vertical e você também não.
Nunca jamais existimos.Levantei vôo
No delgado galho,sem mover-me
Do lugar,nada aconteceu e também
Nada foi percebido.Você desapareceu
Antes de nascer,feito pálida noiva,
Nem boa nem má,sem face e sem solo,
Que nada tem,nem vigor maior,
A vida é um sonho em que os sonhos se esvaem
Antes mesmo que a insônia se encrespe.
Simon Simónovitch-(1946-)
21.10.2003
Sunday, December 05, 2010
Nossa casa,nossa prisão
Altos muros nos cercam.
Portões enormes nos isolam das ruas.
Câmeras de vigilância,fios elétricos e seguranças uniformizados nos guardam.
Temos também cães ferozes que até nos assustam.
Vivemos ou não numa prisão?
Portões enormes nos isolam das ruas.
Câmeras de vigilância,fios elétricos e seguranças uniformizados nos guardam.
Temos também cães ferozes que até nos assustam.
Vivemos ou não numa prisão?
Trecho de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch -PARTE ll
Os historiadores já fizeram retratos bem diversos dos índios brasileiros. Nos primeiros relatos, os nativos eram seres incivilizados, quase animais que precisaram ser domesticados ou derrotados. Uma visão oposta se propagou no século 19, com o indianismo romântico, que retratou os nativos como bons selvagens donos de uma moral intangível. Parte dessa visão continuou no século 20. Historiadores como Florestan Fernandes, que em 1952 escreveu A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá , montaram relatos onde a cultura indígena original e pura teria sido destruída pelos gananciosos e cruéis conquistadores europeus.
Os índios que ficaram para essa história foram os bravos e corajosos que lutaram contra os portugueses. Quando eram derrotados e entravam para a sociedade colonial, saíam dos livros. Apesar de tentar dar mais valor à cultura indígena, os textos continuaram encarando os índios como coisas, seres passivos que não tiveram outra opção senão lutar contra os portugueses ou se submeter a eles. Surgiu assim o discurso tradicional que até hoje alimenta o conhecimento popular e aulas da escola. Esse discurso nos faz acreditar que os nativos da América viviam em harmonia entre si e em equilíbrio com a natureza até os portugueses chegarem, travarem guerras eternas e destruírem plantas, animais, pessoas e culturas.
Na última década, a história mudou outra vez. Uma nova leva de estudos, que ainda não se popularizou, toma a cultura indígena não como um valor cristalizado. Sem negar as caçadas que os índios sofreram, os pesquisadores mostraram que eles não foram só vítimas indefesas. A colonização foi marcada também por escolhas e preferências dos índios, que os portugueses, em número muito menor e precisando de segurança para instalar suas colônias, diversas vezes acataram. Muitos índios foram amigos dos brancos, aliados em guerras, vizinhos que se misturaram até virar a população brasileira de hoje. "Os índios transformaram-se mais do que foram transformados", afirma a historiadora Maria Regina Celestino de Almeida na tese Os Índios Aldeados no Rio de Janeiro Colonial , de 2000. As festas e bebedeiras de índios e brancos mostram que não houve só tragédias e conflitos durante aquele choque das civilizações. Em pleno período colonial, muitos índios deviam achar bem chato viver nas tribos ou nas aldeias dos padres. Queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e desfrutar das novidades que traziam.
O contato das duas culturas merece um retrato ainda mais distinto, até grandiloquente. Quando europeus e ameríndios se reencontraram, em praias do Caribe e do Nordeste brasileiro, romperam um isolamento das migrações humanas que completava 50 mil anos. É verdade que o impacto não foi leve – tanto tempo de separação provocou epidemias e choques culturais. Mas eles aconteceram para os dois lados e não apagam uma verdade essencial: aquele encontro foi um dos episódios mais extraordinários da história do povoamento do ser humano sobre a Terra, com vantagens e descobertas sensacionais tanto para os europeus quanto para centenas de nações indígenas que viviam na América. Um novo ponto de vista sobre esse episódio surge quando se analisa alguns fatos esquecidos da história de índios e portugueses.
Os índios que ficaram para essa história foram os bravos e corajosos que lutaram contra os portugueses. Quando eram derrotados e entravam para a sociedade colonial, saíam dos livros. Apesar de tentar dar mais valor à cultura indígena, os textos continuaram encarando os índios como coisas, seres passivos que não tiveram outra opção senão lutar contra os portugueses ou se submeter a eles. Surgiu assim o discurso tradicional que até hoje alimenta o conhecimento popular e aulas da escola. Esse discurso nos faz acreditar que os nativos da América viviam em harmonia entre si e em equilíbrio com a natureza até os portugueses chegarem, travarem guerras eternas e destruírem plantas, animais, pessoas e culturas.
Na última década, a história mudou outra vez. Uma nova leva de estudos, que ainda não se popularizou, toma a cultura indígena não como um valor cristalizado. Sem negar as caçadas que os índios sofreram, os pesquisadores mostraram que eles não foram só vítimas indefesas. A colonização foi marcada também por escolhas e preferências dos índios, que os portugueses, em número muito menor e precisando de segurança para instalar suas colônias, diversas vezes acataram. Muitos índios foram amigos dos brancos, aliados em guerras, vizinhos que se misturaram até virar a população brasileira de hoje. "Os índios transformaram-se mais do que foram transformados", afirma a historiadora Maria Regina Celestino de Almeida na tese Os Índios Aldeados no Rio de Janeiro Colonial , de 2000. As festas e bebedeiras de índios e brancos mostram que não houve só tragédias e conflitos durante aquele choque das civilizações. Em pleno período colonial, muitos índios deviam achar bem chato viver nas tribos ou nas aldeias dos padres. Queriam mesmo era ficar com os brancos, misturar-se a eles e desfrutar das novidades que traziam.
O contato das duas culturas merece um retrato ainda mais distinto, até grandiloquente. Quando europeus e ameríndios se reencontraram, em praias do Caribe e do Nordeste brasileiro, romperam um isolamento das migrações humanas que completava 50 mil anos. É verdade que o impacto não foi leve – tanto tempo de separação provocou epidemias e choques culturais. Mas eles aconteceram para os dois lados e não apagam uma verdade essencial: aquele encontro foi um dos episódios mais extraordinários da história do povoamento do ser humano sobre a Terra, com vantagens e descobertas sensacionais tanto para os europeus quanto para centenas de nações indígenas que viviam na América. Um novo ponto de vista sobre esse episódio surge quando se analisa alguns fatos esquecidos da história de índios e portugueses.
Saturday, December 04, 2010
Trecho de Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch
Em 1646, os jesuítas que tentavam evangelizar os índios no Rio de Janeiro tinham um problema. As aldeias onde moravam com os nativos ficavam perto de engenhos que produziam vinhos e aguardente. Bêbados, os índios tiravam o sono dos padres. Numa carta de 25 de julho daquele ano, Francisco Carneiro, o reitor do colégio jesuíta, reclamou que o álcool provocava "ofensas a Deus, adultérios, doenças, brigas, ferimentos, mortes" e ainda fazia o pessoal faltar às missas. Para acabar com a indisciplina, os missionários decidiram mudar três aldeias para um lugar mais longe, de modo que não ficasse tão fácil passar ali no engenho e tomar umas. Não deu certo. Foi só os índios e os colonos ficarem sabendo da decisão para se revoltarem juntos. Botaram fogo nas choupanas dos padres, que imediatamente desistiram da mudança.
Os anos passaram e o problema continuou. Mais de um século depois, em 1755, o novo reitor se dizia contrariado com os índios por causa do "gosto que neles reina de viver entre os brancos". Era comum fugirem para as vilas e os engenhos, onde não precisavam obedecer a tantas regras. O reitor escreveu a um colega dizendo que eles "se recolhem nas casas dos brancos a título de os servir; mas verdadeiramente para viver a sua vontade e sem coação darem-se mais livremente aos seus costumados vícios". O contrário também acontecia. Nas primeiras décadas do Brasil, tantos portugueses iam fazer festa nas aldeias que os representantes do reino português ficaram preocupados. Enquanto tentavam fazer os índios viver como cristãos, viam os cristãos vestidos como índios, com várias mulheres e participando de festas no meio das tribos. Foi preciso editar leis para conter a convivência nas aldeias. Em 1583, por exemplo, o conselho municipal de São Paulo proibiu os colonos de participar de festas dos índios e "beber e dançar segundo seu costume".
Os anos passaram e o problema continuou. Mais de um século depois, em 1755, o novo reitor se dizia contrariado com os índios por causa do "gosto que neles reina de viver entre os brancos". Era comum fugirem para as vilas e os engenhos, onde não precisavam obedecer a tantas regras. O reitor escreveu a um colega dizendo que eles "se recolhem nas casas dos brancos a título de os servir; mas verdadeiramente para viver a sua vontade e sem coação darem-se mais livremente aos seus costumados vícios". O contrário também acontecia. Nas primeiras décadas do Brasil, tantos portugueses iam fazer festa nas aldeias que os representantes do reino português ficaram preocupados. Enquanto tentavam fazer os índios viver como cristãos, viam os cristãos vestidos como índios, com várias mulheres e participando de festas no meio das tribos. Foi preciso editar leis para conter a convivência nas aldeias. Em 1583, por exemplo, o conselho municipal de São Paulo proibiu os colonos de participar de festas dos índios e "beber e dançar segundo seu costume".
Os livros mais vendidos- Veja
Os mais vendidos/ 08 dezembro 2010
FICÇÃO | NÃO-FICÇÃO | AUTOAJUDA E ESOTERISMO | ||||||||||
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[A|B#] – A] posição do livro na semana anterior | B] há quantas semanas o livro aparece na lista | #] semanas não consecutivas |
Thursday, December 02, 2010
Um instante de lucidez
Paro na calçada para ver o funeral passar.
Penso,quem será?
Será que já viveu todos os seus sonhos?
Já amou quanto tinha que amar?
Quem está chorando por ele?
Para no calçada para ver o funeral passar.
Porém no instante seguinte já esqueci da efemeridade da vida,
Do sopro que somos.
E lá estou de novo lidando com as mazelas da vida.
Penso,quem será?
Será que já viveu todos os seus sonhos?
Já amou quanto tinha que amar?
Quem está chorando por ele?
Para no calçada para ver o funeral passar.
Porém no instante seguinte já esqueci da efemeridade da vida,
Do sopro que somos.
E lá estou de novo lidando com as mazelas da vida.
Wednesday, December 01, 2010
Automóvel
Atropelam-se como doidos!
O automóvel se tornou um instrumento da loucura coletiva que nos cerca.
Uma facilidade que nas mãos dos estúpidos
Acabou como arma assassina.
Acabou como arma assassina.
Só nos resta pedir consciência do valor da vida
E um pouco mais de gentileza.
F UNERAL DO HOMEM EMINENTE
Quando o cortejo entrou no cemitério ele já não estava no caixão. Nele apenas jazia sua pobre carcaça fedorenta.Pairando no ar observava o lamento dos hipócritas,o choro dos aproveitadores de plantão.Verdadeiros e falsos amigos dividiam o peso do esquife,sôfregos e pesarosos.A jovem viúva fazia um enorme esforço para chorar e manter o ar de tristeza no rosto,quando na verdade pensava no saldo bancário e nos inúmeros imóveis do falecido marido.E foi assim que ele sorriu ao perceber que deles estava finalmente livre.
Rindo da Vida-Nelson Luiz Pedra
Monday, November 29, 2010
Prisioneiro de Consciência
Quero andar num final de tarde por um caminho de terra e pedras.
Olhar para os dois lados da estrada
E ver o verde gramado onde brincam os grilos e admirar o balanço tranquilo das árvores.
Assoviando pelo caminho
Não desejo ouvir nada mais alto do que cantar dos pássaros
E o murmúrio do vento.
E assim andar feliz
Como quem degusta a liberdade bem lentamente.
O regime tomou de mim alguns anos no cárcere,
Mas não tirou o meu amor pela vida em liberdade.
Olhar para os dois lados da estrada
E ver o verde gramado onde brincam os grilos e admirar o balanço tranquilo das árvores.
Assoviando pelo caminho
Não desejo ouvir nada mais alto do que cantar dos pássaros
E o murmúrio do vento.
E assim andar feliz
Como quem degusta a liberdade bem lentamente.
O regime tomou de mim alguns anos no cárcere,
Mas não tirou o meu amor pela vida em liberdade.
Amor e seu tempo
Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe
valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.
Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.
Carlos Drummond de Andrade
Sunday, November 28, 2010
Observador
Final de tarde, horário de verão. Estou aqui na varanda observando o movimento. Temperatura boa de 25 graus. Como estou num lugar alto, consigo ver os pedestres se digladiando por espaço na ruazinha estreita. Seu Antonio, do Armazém Ramires, está na porta conversando com uma freguesa magrela, de nariz adunco, cheia de gestos e requebros. Pelo que posso ouvir está falando das intromissões da sogra no seu casamento. Um ciclista distraído se enrosca num carinho de picolé, para desespero do vendedor que esbraveja contra ele. O carinho tomba lateralmente mas os picolés não caem. Dona Zuleika está na janela controlando Paulo, o marido galinha que bate papo com os colegas no ponto de táxi da esquina. Dona Eufrásia, costureira da rua, abre o portão para que entre Eunira, mocinha que está nos preparativos do enxoval de casamento. Os moleques Tico e Fubá muito entretidos jogando bolitas num cantinho de terra que separa os jardins de Milena, mãe de Fubá. Como é período de férias, inúmeras crianças e adolescentes gastam os chinelos pelas calçadas. Amador, o chaveiro, sentado detrás de uma mesinha desgastada assinala cartões da Megasena e sonha acordado em ficar milionário. Assim já comprou inúmeras fazendas e automóveis de luxo. Dona Cleci abre uma fresta na janela e observa as moças da vizinhança, sendo que o seu forte é a maledicência. Um branquelo careca e armado passa correndo, sendo perseguido por dois chineses que também trazem armas nas mãos. Que posso fazer?Sou apenas um canário, observando o movimento da rua aqui do meu mundinho fechado.
Miniconto,do livro "Sua Lápide Merece um Verso"
Nelson Luiz Pedra
Nelson Luiz Pedra
Saturday, November 27, 2010
Simplificar para ser feliz
Felicidade!Todos a querem, mas não sabem aonde encontrá-la. No amor,no trabalho,num amontoado de dinheiro e luxo?Alguém um dia já disse; ”simplifique a vida e serás feliz.” Mas o que é simplificar?Penso que talvez seja trazer os problemas para sua real importância, pois na vida tudo é relativo. Se aqueles que amamos estão vivos e com saúde não temos muito do que reclamar.Unir forças,arregaçar as mangas e ir à luta.Quem já não teve ou tem problemas amorosos e financeiros? Por exemplo, quando perdemos o emprego de que gostamos,é duro sim,mas não é o fim do mundo.Milhares de portas estarão espetando por nós.E mesmo que nenhuma porta se abra,você poderá construir a sua própria.Para tudo existe solução,basta ter calma e pensar muito.Se ganhávamos três mil por mês e temos agora que viver com mil reais,o negócio se adaptar e trabalhar para sair desta situação.E quem já não perdeu um amor?Dói sim, mas não se pode entregar, é preciso dar novas oportunidades ao coração. Contas pra pagar?Ora, o importante é ter o interesse em pagar. Aos poucos tudo se ajeita.Estabelecer prioridades e seguir em frente com muita alegria e boas intenções.Enfim, são tantas situações que podemos comparar para que mantenhamos sempre vivas nossas esperanças de um amanhã melhor. Pare e pense, se você soubesse que iria morrer amanhã, esse seu problema ainda seria tão grande assim?
Não se esqueça!A felicidade é feita de pequenas alegrias diárias.
Friday, November 26, 2010
Minha Barriga
Tenho uma boa barriga,
Construída após muitos anos de petiscos.
Não quero passar disso, pois
Saúde é muito importante.
Mas só peço que deixem de me querer magro,
Pois para faquir não tenho talento e para futebolísta
Não tenho mais idade.
Construída após muitos anos de petiscos.
Não quero passar disso, pois
Saúde é muito importante.
Mas só peço que deixem de me querer magro,
Pois para faquir não tenho talento e para futebolísta
Não tenho mais idade.
Vou-me Embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Manuel Bandeira
Thursday, November 25, 2010
Desapego
A vida vai depressa e devagar
Mas a todo momento
penso que posso acabar
Mas a todo momento
penso que posso acabar
Porque o bem da vida seria ter
mesmo no sofrimento
gosto de prazer.
mesmo no sofrimento
gosto de prazer.
Já nem tenho vontade de falar
senão com árvores, vento,
estrelas, e águas do mar.
senão com árvores, vento,
estrelas, e águas do mar.
E isso pela certeza de saber
que nem ouvem o meu lamento
nem me podem responder.
que nem ouvem o meu lamento
nem me podem responder.
Cecília Meireles
Rir
Como é triste um homem que não ri.
Será que não acha importante sorrir
Ou se acha tão importante que não ri?
Um sorriso diz,venha,posso ser seu amigo!
Pode contar comigo!
Alguém já disse que
A seriedade sempre foi amiga dos impostores.
Será que não acha importante sorrir
Ou se acha tão importante que não ri?
Um sorriso diz,venha,posso ser seu amigo!
Pode contar comigo!
Alguém já disse que
A seriedade sempre foi amiga dos impostores.
Wednesday, November 24, 2010
Morte
Esperei na hora da morte
Ver anjos ou demônios.
Porém revivi o meu passado em segundos
E vi que só o amar valeu a pena.
Ver anjos ou demônios.
Porém revivi o meu passado em segundos
E vi que só o amar valeu a pena.
Humanas Moscas
Melado de poder e fama
Andava ele curvado de tanto carregar amigos.
Dezenas de humanas moscas
Faziam louvações exageradas ao seu redor.
Ditos homens de joelhos vendendo um resto de dignidade.
Ditos homens de joelhos vendendo um resto de dignidade.
Riam escandalosamente de anedotas sem graça,
Enquanto olhavam com inveja para o corpo da sua mulher.
Batiam nas suas costas seguidamente
Como se estivesse sufocando.
Agrados e afagos,como que dizendo não me deixe fora disso tudo.
Um dia a fonte luxuriante secou.
O homem de muitos amigos conheceu a bancarrota.
Não muito tempo depois ele faleceu.
Um enxame de moscas insetos esteve no velório.
Das tais humanas moscas não se ouviu mais falar.
Tuesday, November 23, 2010
Dia Internacional do Livro
Hoje, dia 23 de Novembro comemoramos o Dia Internacional do nosso tão querido e importante: LIVRO!
Ele surgiu a aproximadamente 500 anos, trazendo consigo o encanto das palavras e a magia da comunicação através da escrita. Eles já foram de argila, de pedra, papiros, feito a base de plantas e pergaminhos, feito com couro de animais. Até chegar na tão conhecida tecnologia do papel.
Porém, em toda a história do livro, a invenção mais marcante foi a impressão feita a base de tintas. Ela foi a principal responsável por sua popularização, pois com o custo menor, o livro se tornou acessível a todas as pessoas. Além de trazer consigo a fascinação das imagens e cores.
Mas seja ele de pedra, plantas ou papel, o importante é lembrá-lo por suas maravilhosas histórias, seus emocionantes contos, seus variados poemas, seus diversos temas e pelo conhecimento que adquirimos através dele.
Monday, November 22, 2010
Por favor
Por favor,vocês que me odeiam!
Olhem só que dia,que maravilha de céu e sol!
Ora,peçam-me tudo
Menos para morrer hoje.
Olhem só que dia,que maravilha de céu e sol!
Ora,peçam-me tudo
Menos para morrer hoje.
As Boas Ações
Esmagar sempre o próximo
não acaba por cansar?
Invejar provoca um esforço
que inchas as veias da fronte.
A mão que se estende naturalmente
dá e recebe com a mesma facilidade.
Mas a mão que agarra com avidez
rapidamente endurece.
Ah! que delicioso é dar!
Ser generoso que bela tentação!
Uma boa palavra brota suavemente
como um suspiro de felicidade!
não acaba por cansar?
Invejar provoca um esforço
que inchas as veias da fronte.
A mão que se estende naturalmente
dá e recebe com a mesma facilidade.
Mas a mão que agarra com avidez
rapidamente endurece.
Ah! que delicioso é dar!
Ser generoso que bela tentação!
Uma boa palavra brota suavemente
como um suspiro de felicidade!
Bertolt Brecht
Meu Coração
Deixei meu coração à beira da estrada.
Passou por ali numa tarde clara
Uma louca apaixonada.
E o levou embora.
Nunca mais eu fui feliz.
Passou por ali numa tarde clara
Uma louca apaixonada.
E o levou embora.
Nunca mais eu fui feliz.
Outra Vida
Não espero outra vida, depois desta.
Se esta é má
Por que não bastará aos deuses, já,
A pena que sofri?
Se é boa a vida, deixará de o ser,
Repetida.
Cassiano Ricardo
Se esta é má
Por que não bastará aos deuses, já,
A pena que sofri?
Se é boa a vida, deixará de o ser,
Repetida.
Cassiano Ricardo
A Física do Susto
O espelho caiu a parede.
Caiu com ele o meu rosto.
Com o meu rosto a minha sede.
Com a minha sede meu desgosto.
O meu desgosto de olhar,
no espelho caído, o meu rosto.
Cassiano Ricardo
Caiu com ele o meu rosto.
Com o meu rosto a minha sede.
Com a minha sede meu desgosto.
O meu desgosto de olhar,
no espelho caído, o meu rosto.
Cassiano Ricardo
Sunday, November 21, 2010
Invocação à Noite
Ó deusa, que proteges dos amantes O destro furto, o crime deleitoso, Abafa com teu manto pavoroso Os importantes astros vigilantes: Quero adoçar meus lábios anelantes No seio de Ritália melindroso; Estorva que os maus olhos do invejoso Turbem d'amor os sôfregos instantes: Tétis formosa, tal encanto inspire Ao namorado Sol teu níveo rosto, Que nunca de teus braços se retire! Tarda ao menos o carro à Noite oposto, Até que eu desfaleça, até que expire Nas ternas ânsias, no inefável gosto. Bocage
Quando analiso a conquistada fama
Quando analiso
a conquistada fama dos heróis
e as vitórias dos grandes generais,
não sinto inveja desses generais
nem do presidente na presidência
nem do rico na sua vistosa mansão;
mas quando eu ouço falar
do entendimento fraterno entre dois amantes,
de como tudo se passou com eles,
de como juntos passaram a vida
através do perigo, do ódio, sem mudança
por longo e longo tempo atravessando
a juventude e a meia-idade e a velhice
sem titubeios, de como leais
e afeiçoados se mantiveram
— aí então é que eu me ponho pensativo
e saio de perto à pressa
com a mais amarga inveja.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
a conquistada fama dos heróis
e as vitórias dos grandes generais,
não sinto inveja desses generais
nem do presidente na presidência
nem do rico na sua vistosa mansão;
mas quando eu ouço falar
do entendimento fraterno entre dois amantes,
de como tudo se passou com eles,
de como juntos passaram a vida
através do perigo, do ódio, sem mudança
por longo e longo tempo atravessando
a juventude e a meia-idade e a velhice
sem titubeios, de como leais
e afeiçoados se mantiveram
— aí então é que eu me ponho pensativo
e saio de perto à pressa
com a mais amarga inveja.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
Máquina Alguma de Poupar Trabalho
Máquina alguma de poupar trabalho
eu fiz, nada inventei,
nem sou capaz de deixar para trás
nenhum rico donativo
para fundar um hospital ou uma biblioteca,
reminiscência alguma
de um acto de bravura pela América,
nenhum sucesso literário ou intelectual,
nem mesmo um livro bom para as estantes
— apenas uns poucos cantos
vibrando no ar eu deixo
aos camaradas e amantes.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
eu fiz, nada inventei,
nem sou capaz de deixar para trás
nenhum rico donativo
para fundar um hospital ou uma biblioteca,
reminiscência alguma
de um acto de bravura pela América,
nenhum sucesso literário ou intelectual,
nem mesmo um livro bom para as estantes
— apenas uns poucos cantos
vibrando no ar eu deixo
aos camaradas e amantes.
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
Elisabet Prince
A noite/tardia e encharcada:Era/Nova York em julho./Em meu quarto,escondida,/eu odiava a necessidade de engolir.
Citado no livro de Andrew Salomon- O Demônio do Meio-Dia- uma anatomia da depressão pag. 53.
Citado no livro de Andrew Salomon- O Demônio do Meio-Dia- uma anatomia da depressão pag. 53.
Poeminha- Arrogância
O arrogante olha o mundo de cima.
Domina o homem pelo seu poder e fama.
Sua pequenez é evidente aos que pensam.
Mas será que na hora da morte
Não pedirá aos humildes que rezem por ele?
Domina o homem pelo seu poder e fama.
Sua pequenez é evidente aos que pensam.
Mas será que na hora da morte
Não pedirá aos humildes que rezem por ele?
Friday, November 19, 2010
Poeminha- Vassalos
Os vassalos abundam.
Ou será que abundam os vassalos?
O de nariz vermelho irá deixar o circo festivo em poucos dias.
Será ele seguido pelos vassalos que abundam?
Ou chorará solitário pela perda da plateia de submissos?
Mário Quintana-A Rua dos Cataventos - II
Dorme, ruazinha... E tudo escuro...
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos
Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há nada...
Só os meus passos... Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...
Mário Quintana
E os meus passos, quem é que pode ouvi-los?
Dorme o teu sono sossegado e puro,
Com teus lampiões, com teus jardins tranqüilos
Dorme... Não há ladrões, eu te asseguro...
Nem guardas para acaso persegui-los...
Na noite alta, como sobre um muro,
As estrelinhas cantam como grilos...
O vento está dormindo na calçada,
O vento enovelou-se como um cão...
Dorme, ruazinha... Não há nada...
Só os meus passos... Mas tão leves são
Que até parecem, pela madrugada,
Os da minha futura assombração...
Mário Quintana
Mário Quintana- A Rua dos Cataventos - VI
Na minha rua há um menininho doente.
Enquanto os outros partem para a escola,
Junto à janela, sonhadoramente,
Ele ouve o sapateiro bater sola.
Ouve também o carpinteiro, em frente,
Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola. . .
Mas nesta rua há um operário triste:
Não canta nada na manhã sonora
E o menino nem sonha que ele existe.
Ele trabalha silenciosamente. . .
E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente. . .
Mário Quintana
Enquanto os outros partem para a escola,
Junto à janela, sonhadoramente,
Ele ouve o sapateiro bater sola.
Ouve também o carpinteiro, em frente,
Que uma canção napolitana engrola.
E pouco a pouco, gradativamente,
O sofrimento que ele tem se evola. . .
Mas nesta rua há um operário triste:
Não canta nada na manhã sonora
E o menino nem sonha que ele existe.
Ele trabalha silenciosamente. . .
E está compondo este soneto agora,
Pra alminha boa do menino doente. . .
Mário Quintana
Caçando no dicionário
Passamanes: Galões fitas,franjas,com que se ornam os móveis,tapeçarias,roupas,etc.
Morrer sob a lua
Há noites em que a lua está tão perto.
Pode ser que um dia cai sobre um casal de apaixonados.
Morrer abraçados ,esmagados pela lua ,já imaginou?
Bem mais belo que morrer numa guerra
Ou por uma bala perdida.
Será que a lua está mesmo firme no céu?
Pode ser que um dia cai sobre um casal de apaixonados.
Morrer abraçados ,esmagados pela lua ,já imaginou?
Bem mais belo que morrer numa guerra
Ou por uma bala perdida.
Será que a lua está mesmo firme no céu?
10 dicas para ensinar seus filhos a (gostarem de) ler
Como pai (ou mãe), você é a pessoa que mais influencia na educação de seus filhos. Um dos seus (muitos) papeis é ajudá-los a aprenderem e a gostarem de ler.
Aqui estão algumas sugestões sobre como você pode ajudar a tornar a leitura uma experiência positiva, desde cedo.
Para quem ainda não acredita no potencial das crianças como leitoras, saiba que elas são experts em comentar livros infantis.
E você? Que métodos tem usado para estimular seus filhos (ou alunos, porque não?) a gostarem de ler?
http://www.lendo.org/
Aqui estão algumas sugestões sobre como você pode ajudar a tornar a leitura uma experiência positiva, desde cedo.
1. Escolha uma hora bem calma
Com as crianças, nós sabemos que há “horas calmas” e “horas agitadas”. Procure um lugar e uma hora calmos e sente-se com um livro. Dez a quinze minutos por dia é suficiente.2. Faça da leitura um prazer
A leitura precisa ser algo prazeroso. Sente com seu filho. Tente não fazer pressão se ele ou ela estiverem indispostos. Se a criança perder interesse, faça algo diferente.3. Mantenha o fluxo
Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para autocorreção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras.4. Seja positivo
Se a criança diz algo quase certo no início de uma frase, tudo bem. Não diga “Não, está errado”, mas sim “Vamos ler isso aqui juntos” e dê ênfase às palavras quando pronunciá-las. Aumente a confiança da criança com dizeres positivos a cada pequena melhoria que ela conseguir. “– Muito bom! Você aprende rápido!” “– Certo! Você é muito inteligente” etc.5. Sucesso é a chave
Pais ansiosos para que seus filhos progridam podem, erroneamente, dar livros muito difíceis. Isso pode causar o efeito oposto ao que eles estão esperando. Lembre-se “Nada faz tanto sucesso quanto o sucesso”. Até que seu filho tenha adquirido mais confiança, é melhor continuar com livros fáceis. Pressioná-lo com um livro com muitas palavras desconhecidas não vai ajudar, muito pelo contrário. Não haverá fluxo, o texto não vai ser entendido e provavelmente a criança vai se tornar relutante com a leitura.6. Visite a Biblioteca
Encorage seu filho a retirar livros na biblioteca pública. Leve-o até lá e mostre, com calma, tudo que ele precisa.7. Pratique regularmente
Tente ler com seu filho todos os dias da semana. Pouco, mas frequentemente é a melhor estratégia. Os professores da escola têm um tempo limitado para ajudar individualmente a leitura dos alunos.8. Converse com o pimpolho
Provalvemente seu filho tem um dia de leitura na escola (Se não tem, vá lá e faça com que tenha, ora). Sempre converse com ele e faça comentários positivos. Assim a criança vê que você está interessado em seu progresso e que você valoriza a leitura.9. Fale sobre os livros
Ser um bom leitor é muito mais do que simplesmente ler palavras corretamente. O mais importante é entender e refletir sobre o que está lendo. Sempre fale com seu filho sobre o livro, sobre as figuras, sobre as personagens, como ele acha que vai ser o final da história, sua parte favorita etc. Assim você vai ver como está o entendimento dele e poderá ajudá-lo a desenvolver uma boa interpretação.10. Varie sempre
Lembre que as crianças precisam experimentar vários materiais de leitura. Por exemplo, livros só de figuras, quadrinhos, revistas, poemas e até os jornais (mostre a ele a parte com palavras cruzadas e, claro, as tirinhas e charges).Para quem ainda não acredita no potencial das crianças como leitoras, saiba que elas são experts em comentar livros infantis.
E você? Que métodos tem usado para estimular seus filhos (ou alunos, porque não?) a gostarem de ler?
http://www.lendo.org/
Thursday, November 18, 2010
Como estão as coisas
Leitura é prazer.
Um bom filme é diversão.
Futebol ultimamente tem sido só irritação.
Parece que os árbitros se voltaram contra o imortal tricolor.
Um bom filme é diversão.
Futebol ultimamente tem sido só irritação.
Parece que os árbitros se voltaram contra o imortal tricolor.
Tuesday, November 16, 2010
Palavras lindas
Ninguém me pediu,mas posso dizer.
Não explico, acho sim que são maravilhosas.
As três palavras mais lindas da língua portuguesa
São esperança,saudade e bunda.
Como eu disse,não explico,apenas acho.
Não explico, acho sim que são maravilhosas.
As três palavras mais lindas da língua portuguesa
São esperança,saudade e bunda.
Como eu disse,não explico,apenas acho.
Monday, November 15, 2010
Poeminha- VIda
A vida é uma estação de metrô.
Alguns ficam na plataforma vendo o trem passar.
Outros embarcam apenas por embarcar,conformados que tudo é assim.
Ainda bem que existem os apaixonados pela vida
Que fazem da existência um constante aprendizado.
Alguns ficam na plataforma vendo o trem passar.
Outros embarcam apenas por embarcar,conformados que tudo é assim.
Ainda bem que existem os apaixonados pela vida
Que fazem da existência um constante aprendizado.
Monday, November 08, 2010
A realidade é dura
Muitos admiram os barcos ancorados.
Sonham até em navegar em iates maravilhosos
Dando voltas ao mundo.
Mas o que muitos deles não sabem
É que os barcos não foram feitos para quem sente náuseas.
Saturday, November 06, 2010
Uma homenagem à Helena Meirelles- A Rainha da Viola Caipira- Viradouro
Salve Helena!
Campo Grande *1924- +2005
Friday, November 05, 2010
Situação
Deixei aberta a janela do meu quarto
Na esperança de afugentar o calor sufocante.
Um ladrão entrou por ela enquanto eu dormia
E visitou minha geladeira.
Talvez impressionado pela miséria dos guardados
Deixou sobre a mesa uma nota de vinte.
Na esperança de afugentar o calor sufocante.
Um ladrão entrou por ela enquanto eu dormia
E visitou minha geladeira.
Talvez impressionado pela miséria dos guardados
Deixou sobre a mesa uma nota de vinte.
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