SOB A MARQUISE
A
chuva caía forte na tarde. Saí do banco desprotegido então parei sob uma
marquise. Logo estávamos em mais de dez, entre mulheres e homens. Tentei puxar
conversa para passar o tempo enquanto descia o aguaceiro. Todos usavam máscaras
de carranca e não queriam papo, absorvidos em suas complicadas vidas. Fiquei na
minha, pensando em coisas boas que ainda teria no dia, como visitar minha mãe e
comer pão caseiro da hora. Não demorou e meu motorista chegou, deixando todos
ali perplexos. Embarquei no meu Rolls Royce sob abanos tímidos e sorrisos
falsos dos companheiros de marquise.
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