O LENÇO
Todo
pessoal do escritório foi convidado para a festa de aniversário do Joel. Coisa
simples, um arroz com galinha para a data não passar em branco. João comeu
que se fartou e bebeu três copos de vinho. Lá pelas tantas sentiu um nó nas
tripas e correu para fora à procura de um banheiro. O banheiro era uma casinha
de madeira no fundo do lote, que se chegava por um carreirinho de pedras. João
entrou correndo para se desapertar. Não havia luz, e pior, terminado o serviço
não havia papel. E agora? Sair com a bunda suja não dava. João lembrou que
trazia no bolso da calça um daqueles lenços que mais parecia um lençol de tão
grande. Passou o lenço no rego, dobrou direitinho e na saída jogou o tal num
canto entre folhagens. Passados alguns do jantar comemorativo, uma gripe danada
passou pelo escritório pegando todo mundo. E não foi outro senão o próprio João
que observou quando o colega Joel sacou o lenço abandonado entre as folhagens e
assuou o nariz.
No comments:
Post a Comment